18/11/2025
Às vezes, só identif**amos um trauma após algo acessar nosso gatilho emocional.
Eu cresci ouvindo de um tio que fomos criados no meio das titicas de galinha, e é fato. Mas é verdade também que eu e meus irmãos sempre tivemos muito orgulho do nosso missê (loja) durante os seus 28 anos de existência.
De um bilhete de loteria que apontei com um ano, a loja foi alugada e todo o dinheiro investido. Moravamos no fundo escuro: um unico quarto, sala sem janela, cozinha e banheiro.
A loja foi projetada pelo papai: azulejos até o teto, meia parede com vidros para que os clientes pudessem escolher as aves e assistir todo o processo. A maquina de depenar foi criada pelo papai e mandado confeccionar, tudo em aço inox desde os funis, até as bancadas. Um feito há 58 anos, pelo alto custo do aço.
No mês passado, recebi uma festa surpresa. Amei encontrar as pessoas. Mas depois, em casa, senti um desconforto. Dormi chorando…
Alguns dias depois meu marido comentou: você não vai experimentar os presentes? Foi quando me lembrei da blusinha que perdi para a minha prima, não sei a idade exata, mas creio que entre 7-9 anos.
Na correria, a prioridade eram os filhos menores pois requeriam maior atenção.
Eu cresci carente de amor de mãe e aquele presente, teve um signif**ado enorme para mim, mas mamãe não entendeu e talvez, não viu outra opção devido a nossa escassa situação financeira.
Ao olhar para trás, tenho clareza do quanto a dependência emocional foi o veneno que prejudicou a nossa família.
Meu avô materno se aproveitava do amor da mamãe e do profundo respeito do papai - que não tinha nenhum parente no Brasil - tomando o dinheiro conquistado no trabalho de domingo a domingo.
Então, tenho saído para comprar roupas, ato intencional para quebrar o meu velho padrão de não poder ter ou me priorizar. E também venho me aplicando rodadas de EFT, Reiki, acupressão, restaurativa.
Porque agora eu posso me olhar e me tratar com amor, com respeito e com valor! ♥️
👉 E você?