27/09/2022
Os alimentos têm um impacto fundamental na microbiota intestinal, influenciando a sua composição em termos de riqueza e diversidade. A alta ingestão de proteínas animais, gordura saturada, açúcar e sal pode estimular o crescimento de bactérias patogênicas em detrimento de bactérias benéficas e alterar a barreira de proteção intestinal. Por outro lado, o consumo de carboidratos complexos e proteínas vegetais pode estar associado a um aumento da quantidade de bactérias benéficas, estimulando a produção de ácidos graxos de cadeia curta. Além disso, ômega-3, polifenóis e micronutrientes modulam a microbiota intestinal.
A ocidentalização da dieta, incluindo os aditivos alimentares, pode reduzir a diversidade de bactérias no intestino, levando a disbiose, alteração da função de barreira e permeabilidade e ativação anormal de células imunes, levando a altas incidências de doenças crônicas.
Embora as dietas de eliminação, como low-FODMAP e Dieta sem Glúten, podem melhorar os sintomas de algumas doenças como síndrome do intestino irritável e doença celíaca, a adoção dessas estratégias a longo prazo poderá ter impacto desfavorável na microbiota intestinal. O mesmo é observado para as estratégias de dieta Low-Carb e Cetogênica, quando utilizadas por muito tempo.
Até então, a Dieta Mediterrânea continua a ser a melhor estratégia nutricional para modular de forma otimizada a diversidade e a estabilidade da microbiota intestinal. Modificar os hábitos alimentares, adotar na maior parte do tempo uma Dieta Mediterrânea e rodiziar as outras estratégias nutricionais de acordo com as necessidades do paciente pode manter o intestino mais tempo em equilíbrio e saudável e, consequentemente, prevenir muitas doenças gastrointestinais, distúrbios neurológicos e doenças crônicas degenerativas.
No mais, uma abordagem nutricional personalizada, sem seguir modismos de dietas, deve ser adotada a fim manter a microbiota intestinal saudável, potencializando a produção de substâncias bioativas que sinalizam os tecidos periféricos contra o estresse oxidativo e a inflamação e, consequentemente, na prevenção de doenças.
Fonte: Rinninella E, et al. Nutrients; 11(10):2393, 2019.