
07/07/2025
A saúde mental infantil tem ganhado destaque nas discussões pediátricas contemporâneas, especialmente diante das rápidas transformações tecnológicas que impactam a vida das crianças. Desde a primeira infância, o contato precoce com telas, jogos digitais e redes sociais tem alterado a forma como os pequenos se relacionam com o mundo, influenciando sua capacidade de concentração, suas habilidades sociais e seu bem-estar emocional. Pediatras e especialistas em saúde mental alertam para o aumento de casos de ansiedade, irritabilidade e dificuldades de sono entre crianças expostas excessivamente à tecnologia.
A sinergia entre saúde mental e tecnologia exige um olhar equilibrado: enquanto os dispositivos digitais podem ser ferramentas educativas e de lazer, seu uso desregulado pode gerar dependência e isolamento. Crianças que passam muitas horas diante de telas tendem a ter menos interações presenciais, brincar menos ao ar livre e desenvolver menor tolerância à frustração — elementos fundamentais para o amadurecimento emocional. A ausência de limites claros no uso de celulares e tablets também dificulta a construção de rotinas saudáveis, afetando o sono, a alimentação e o desempenho escolar.
Para promover a saúde mental infantil nesse contexto, é essencial que pais, educadores e profissionais de saúde estabeleçam diretrizes claras sobre o uso da tecnologia, favorecendo o equilíbrio entre o digital e o real. O incentivo à brincadeira livre, ao convívio familiar e ao diálogo afetuoso continua sendo a base para o desenvolvimento de crianças emocionalmente saudáveis. A tecnologia, quando usada com consciência e supervisão, pode ser aliada — mas jamais substituta — das experiências humanas que moldam a infância.