04/02/2024
Estilos parentais
Há décadas, pesquisadores têm se questionado sobre os padrões comportamentais dos pais e o que eles provocam nos filhos. O modelo proposto por Diana Baumrind (1966) é amplamente utilizado até os dias de hoje. A autora definiu os estilos parentais como o conjunto de atitudes e práticas dos pais em relação aos filhos que caracteriza a natureza da interação entre eles. Tal proposta considera paralelamente aspectos emocionais e comportamentais da conduta parental (Baumrind, 1967).
Os valores e as crenças parentais, somados ao temperamento da criança, definem o estilo parental. Baumrind nomeou três estilos parentais:
-autoritativo,
-autoritário e
-indulgente (Baumrind, 1966).
Mais tarde, Maccoby e Martin (1983) incluíram um quarto estilo parental, chamado de negligente.
A operacionalização de Baumrind (1966, 1967) subsidiou os estudos de Maccoby e Martin (1983), que estabeleceram como parâmetros de diferenciação dos estilos parentais duas dimensões chamadas de responsividade (responsiveness) e exigência (demandingness). Responsividade refere-se a atitudes compreensivas dos pais que visam, por meio do apoio emocional e da comunicação, favorecer o desenvolvimento da autonomia e da autoafirmação dos filhos.
Já exigência inclui atitudes dos pais que buscam controlar os comportamentos dos filhos por meio de limites e regras. Pais com elevadas responsividade e exigência são classificados como autoritativos; já aqueles que apresentam baixas responsividade e exigência são tidos como negligentes.
Pais muito responsivos, mas pouco exigentes, são categorizados como indulgentes, enquanto os muito exigentes e pouco responsivos são considerados autoritários (Maccoby & Martin, 1983).
Em relação à caracterização dos estilos, pais autoritativos encorajam a liberdade e a autonomia e são responsivos às necessidades e às opiniões dos filhos. Seus padrões de comportamento são baseados no respeito à individualidade dos membros da família, sendo um reflexo da abertura para o diálogo e da promoção da autonomia (Baumrind, 1971).
Os pais exercem o controle quando necessário, porém não punem os filhos por meio de privações rígidas. Além disso, encorajam verbalizações, explicam o porquê das atitudes de controle e são claros em relação a suas expectativas (Baumrind, 1978; Prativa & Deeba, 2019). Pais autoritativos contribuem para que os filhos desenvolvam competência psicossocial, apresentem boa autoestima e bemestar psicológico (Boeckel & Sarriera, 2006; Costa, Teixeira, & Gomes, 2000; Hock et al., 2018).