28/02/2022
Lançar a isca e/ou morder a isca?
Gratidão pela reflexão.
E QUANDO SOMOS NÓS OS AGENTES DA GUERRA INTERIOR, QUE DESÁGUA EM NOSSAS RELAÇÕES E NO MUNDO?
No texto anterior, comentei sobre “não morder a isca, não entrar no ringue e não entrar no jogo” dos agentes externos que chegam em nossas vidas para mostrar aquilo que ainda dói e vibra com força dentro de nós.
E quando somos nós o agente externo que balança a isca, chama pro ringue e convida pro jogo alguém com quem convivemos?
Seja na maledicência. Na impaciência. No desabafo infrutífero. Na conversa invigilante e menos edificante. No humor ferino, sutil e disfarçado.
A paz também começa no silêncio. Nos momentos em que percebemos o impulso interior de provocar agitações, de responder com pressa e de qualquer jeito, de fofocar algo que não constrói nada e só expõe pessoas em processo evolutivo.
O vencer-se a si mesmo é perceber que o silêncio e o recolhimento não são sinônimo de censura, de apagar-se, anular-se ou ser derrotado.
Significa *vencer em si mesmo*, e conferir-se a medalha de ouro de ser um agente de paz em si, nas relações e no mundo.
Não há riqueza maior do que a luz do autoconhecimento, seguida de decisões e atitudes coerentes e que refletem o brilho dos aprendizados que acessamos e escolhemos cultivar e nutrir em nossas vidas.
“O que conta é a luz que cada um já tenha conseguido fazer brilhar em si mesmo”, observa Chico Xavier.
E se o ímpeto de transbordar sua dor ainda é mais forte do que você, é sinal que há um grito que clama por ser ouvido e que é preciso iniciar um processo de autoamor, acolhimento e conhecimento de suas sombras.
E isso pode ser vivido com autorresponsabilidade, recolhimento e discrição num processo entre você e você mesmo - no lugar de seguir desaguando suas dores e sua guerra interior nas relações e no mundo. A criança ferida interior também precisa de limites.
Basta querer viver esse autoencontro, que pode ser mais leve, contínuo, natural e fluido.
(Daniela Migliari)
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