08/11/2024
Dittes, ao utilizar o reflexo psicogalvânico como método fisiológico, buscou mensurar os estados de ansiedade, temor ou alerta vivenciados pelo cliente durante a terapia. Ele correlacionou as variações dessas respostas fisiológicas com as avaliações sobre o grau de aceitação calorosa do terapeuta. Observou-se que, sempre que a postura do terapeuta indicava uma leve redução na aceitação, a resposta psicogalvânica do cliente apresentava um aumento significativo, sinalizando um estado de ansiedade e temor.
Essa pesquisa demonstra que a aceitação calorosa do terapeuta pode diminuir as respostas defensivas do cliente, inclusive em nível fisiológico. Assim, Dittes evidenciou que atitudes de aceitação são mais impactantes que técnicas específicas, e que a forma como o cliente percebe a atitude do terapeuta é essencial para o fortalecimento da relação terapêutica.
Essa reflexão suscita questões importantes para o terapeuta: "Estou seguro o suficiente para permitir que o outro seja independente? Posso me permitir entrar completamente no mundo dos sentimentos e concepções do outro, vendo-os como ele os vê? Posso estar em seu universo interior sem julgá-lo, sem tentar moldá-lo ou impor minha própria visão? Consigo me mover com cuidado nesse universo, respeitando suas significações mais preciosas? Posso aceitar plenamente cada faceta que a pessoa me apresenta? Sou capaz de aceitá-la como ela é?"
A resposta a essas perguntas define o quanto o terapeuta consegue comunicar aceitação genuína. Caso a aceitação seja condicional, ou seja, limitada a certos aspectos, o cliente poderá sentir-se impedido de mudar ou de desenvolver-se nos aspectos que o terapeuta não acolhe completamente. Ao investigar a origem de suas limitações, o terapeuta geralmente encontra receios ou resistências internas. Assim, para oferecer uma ajuda mais profunda, é necessário que o terapeuta trabalhe no próprio desenvolvimento seu autoconhecimento. A base é a relação.
Dittes, J. E., -" Galvanic skin response as a measure of patient's reaction to therapist s permissiveness", J. abnorm and So . Psychol., 1957, 55, pp. 295-303.
Rogers Carl R. Tornar-se Pessoa.