
11/07/2025
Senta que la vem desabafo... a vida me virou do avesso..
Ontem, 10 de julho, meu aniversário.
Chegaram os 35 — e os 34 ficaram pra trás.
Foi um ano de muitas mudanças. Muitas mesmo.
Trocas, renúncias, recomeços.
Um ano em que precisei abrir mão de desejos antigos para abrir espaço para outros:
Novas experiências,
Novas sensações,
Novas amizades,
Novas versões de mim.
E não, não foi um ano fácil.
Algumas mudanças foram ensaiadas por meses.
Outras vieram de repente, como se a vida dissesse: “Vai.”
Uma das mais profundas foi minha decisão de sair do hospital.
Foram mais de 10 anos ali.
Eu escolhi aquele lugar. Me empenhei. Cresci ali.
Brinco dizendo que, dentro da Psicologia, todo o meu estudo foi sobre doença e morte — e é sobre isso que sei falar com mais naturalidade.
Me formei como profissional e como pessoa entre aqueles corredores. Vi de tudo.
E mesmo assim…
Quantas vezes me vi andando por eles, chorando, tentando entender por que doía tanto querer ir embora de um lugar que um dia foi o meu sonho.
Dói, porque a gente sabe o quanto é difícil entrar, conquistar espaço, ser reconhecida.
Mas dói mais ainda quando a gente percebe que não quer mais.
E essa talvez tenha sido minha escolha mais difícil: sair — e não buscar outro hospital.
Por sorte, fiz amizades que levo para a vida.
E é isso que mais me faz falta ali:
Ver. Conversar. Trocar todos os dias sobre nossos dramas, pacientes, dúvidas e dores.
Curioso como a vida vai redesenhando os caminhos.
Outro dia, uma pessoa me perguntou por que escolhi Psicologia.
Contei a história. E ela me respondeu:
“Desde antes da graduação, você já estava em sala de aula.”
Eu nunca tinha pensado nisso.
Não era um desejo consciente.
Mas talvez o inconsciente já estivesse desenhando esse caminho pra mim.
Hoje, profissionalmente, sigo entre o consultório e a sala de aula.
E, apesar de sentir falta de estar mais presente aqui, com vocês, nos cursos, nas trocas…
Estou me reorganizando. Aos poucos. No meu tempo.
Torcendo para que, em breve, eu consiga.
Hoje ainda é uma vontade. Amanhã, quem sabe.
(continua nos comentários)