15/09/2025
Quando penso em adolescentes usando esteroides, sinto um aperto no coração. Eu vejo uma geração exposta a padrões estéticos irreais, pressionada a ter resultados imediatos e, muitas vezes, sem noção do preço que isso cobra. O jovem que decide tomar esse caminho nem sempre percebe os riscos. À primeira vista, tudo parece “funcionar”: os músculos crescem rápido, a força aumenta, a aparência muda. Mas junto disso, vêm os sinais silenciosos que não podem ser ignorados: acne severa que não melhora com nenhum tratamento, oscilações de humor que transformam o convívio em casa, quedas de cabelo em plena juventude, estrias que aparecem do dia para a noite.
O coração, que deveria ser protegido, se torna a maior vítima dessa escolha. Alterações no colesterol, pressão arterial subindo, arritmias inesperadas… danos que podem ser irreversíveis. E não é exagero. O músculo cardíaco pode ser comprometido de forma permanente, mudando para sempre a saúde de alguém que ainda nem viveu metade da vida.
Eu acredito que o caminho mais seguro começa dentro de casa. O diálogo sincero entre pais e filhos vale mais do que qualquer sermão. Perguntar, ouvir, mostrar os riscos de forma clara. O jovem precisa entender que saúde não é só estética, e que decisões impulsivas podem custar caro. Eu penso nisso como médico, mas também como ser humano. Informação e cuidado são as verdadeiras formas de proteção.