22/06/2020
Me lembro, no início da graduação, do misto de alegria e ansiedade por ter conseguido um estágio em uma área que me encantava.
Em meu primeiro dia de trabalho encontrei uma criança que, assim como eu, estava ali pela primeira vez e tinha acabado de se despedir de sua mãe.
Ela chorava... chorava muito.
Eu, rapidamente, me abaixei, a abracei e peguei no colo, mas antes mesmo que eu pudesse pensar em uma forma de acalmá-la, um adulto, responsável pela coordenação, me disse: “Você não pode pegar ela no colo ou dar atenção. Se não, você vai reforçar esse comportamento e ela não vai parar de chorar”.
Era meu primeiro dia ali e eu imaginei que se estavam falando isso era porque deveria ter uma boa explicação, então decidi seguir a orientação.
Naquela época, não entendia as teorias por trás de tudo que era proposto pela coordenação, mas acima de tudo, esse momento foi único para mim e comecei a me questionar e aprendi, principalmente, sobre como cuidar de uma criança.
A verdade é que até hoje, quase 10 anos se passaram e não consegui achar uma explicação que me convença que fiz o certo ignorando aquele choro.
Sabemos que ainda há muito conhecimento para construir, mas fico feliz em ver como as pesquisas sobre desenvolvimento infantil e as discussões sobre como olhamos para as nossas crianças tem ganhado cada vez mais espaço, permitindo que profissionais revejam e construam continuamente seus conhecimentos.
Quando revejo meus vídeos e fotos com meus pacientes me orgulho cada dia mais do que construí até aqui! Sim, eu abraço e dou colo!
Antes de trabalhar com objetivos, que são importantes para o desenvolvimento daquela criança, trabalho com pessoas e vivo um contínuo aprendizado!