28/03/2024
A culpa materna:
Quem me acompanha aqui sabe que a Agatha morou um tempo com o pai, então compartilho agora com voces o tamanho da culpa que carregamos independente das nossas escolhas!
A Agatha ficou com o pai porque ele tinha mais estabilidade financeira, rede de apoio, educação e um lar! Logo o melhor pra ela seria ficar com ele!
Na minha cabeça isso era óbvio ,porque o mais importante sempre foi o bem estar dela, mas pra sociedade isso ainda é um absurdo!
Nesse período eu me culpei inúmeras vezes por não poder proporcionar o óbvio para ela, por não acompanhar de forma integral o seu desenvolvimento, por todas as vezes que me perguntavam " mas vc não sente falta dela? Ela mora com o pai? Porque? " Ou tadinha dela, é uma menina, e por aí segue a ignorância das pessoas...
E antes que você que está lendo pense" é só não se importar, não dar atenção, não responder" ,apenas acorde e reflita sobre a sociedade que vc vive!
Hoje a Agatha mora comigo, e eu sou muito grata e feliz por isso, porém as culpas mudaram...
Hoje eu constantemente me culpo por não conseguir ser um bom exemplo pra ela, por perder a paciência em alguns momentos, por sair para trabalhar e não poder ficar com ela, por não dar conta de tudo...
A culpa materna nunca acaba, porque não importa o que e como a gente faça ou exista, nunca está bom!
Sempre vai ter alguém pra criticar, para ferir, para opinar!
Eu demorei muito tempo pra me encontrar e me equilibrar ( e isso ainda é uma luta constante) para encontrar o meu lugar enquanto mãe, mulher e esposa em uma sociedade doente!
Hoje tudo o que eu construí e desconstrui para me tornar uma pessoa melhor sempre foi pensando no que eu quero refletir para a Agatha!
Para que ela não se culpe, não se obrigue, não se submeta e não deixe de ser quem ela é para agradar ninguém!
Só assim, a partir da auto educação é que podemos pensar em construir uma sociedade que adoeça menos as mulheres...
***PS: Ainda não sou 100% do que quero ser pra Agatha, mas ter consciência do que não quero já é um bom começo...
