23/09/2024
Hoje eu pensei em desistir...
Pensei que faço tudo errado sempre, me envolvendo em confusões e colocando no centro delas pessoas que mais amo, em emaranhados que as fazem sofrer e as vendo sofrendo me dói tanto que penso que não consigo prosseguir.
Pensei que assim, se eu desistisse, todos sofreriam em um primeiro momento, mas depois estariam melhor sem as minhas demandas constantes.
Pensei que não é possível recomeçar, reconstruir, refazer, estou cansada demais para isso. Aliás, ando odiando estas palavras com “re”, queria que desse certo antes da necessidade do “re”.
Pensei em afastar todos, para que só, no escuro, talvez eu conseguisse me despedir de mim.
Pensei que nunca se é bom o suficiente, e que talvez eu seja uma farsa.
Pensei que não está valendo a pena, que a balança está pesando mais para o lado ruim.
Senti sufoco, aperto, dor, ansiedade, sem saída, sem rumo, D-E-S-E-S-P-E-R-O.
Foi neste momento, que fechando os olhos, lágrimas caindo, tentando controlar a respiração já alterada, me lembrei que desistir seria dar razão ao algoz, que me escraviza na dor.
Lembrei que quando cansada eu descanso, e não desisto.
Lembrei que a cada caída um ensinamento.
Lembrei que posso ser amada mesmo errando.
Lembrei que a meta é ultrapassar seus limites, nesta vida aqui mesmo.
Lembrei da minha crença, da minha fé, que em muitos momentos me tira e tirou da escuridão, provando a presença do E-X-T-R-A-O-R-D-I-N-Á-R-I-O.
Lembrei e lembrei de mim, por mim e para mim.
Lembrei que ainda posso contribuir e acredito nisso.
Lembrei que somos colcha de retalhos, bonitos, feios, amassados, coloridos, que as vezes isolados não faz sentido, e pesa, mas que juntos podem ser um cobertor quentinho para alguém, e para si mesmo.
Escrevi, dormi e recomecei.