Onutrijonatas

Onutrijonatas Faça as pazes com a sua alimentação. Mestre e Doutorando pela USP.

Você já parou pra pensar quantas vezes o mundo te ensinou a odiar o próprio corpo?Às vezes, a gente nem percebe… mas viv...
30/07/2025

Você já parou pra pensar quantas vezes o mundo te ensinou a odiar o próprio corpo?

Às vezes, a gente nem percebe… mas vive tentando se encaixar em padrões que nem escolheu.

Pesquisadores sugerem que a dificuldade em regular a emoção da raiva pode favorecer a ocorrência de comportamentos alimentares inadequados configurando-se em uma estratégia disfuncional para aliviar o sofrimento e a intensidade da emoção (Connoly, Rieger & Caterson, 2007; Fassino & al., 2003; Laveder et al. 2015; Leehr, et al.2015).

Segundo Fairburn (2008), problemas interpessoais contribuem significativamente para a manutenção do TA, muitas vezes sendo um gatilho para a ocorrência de episódios de compulsão alimentar. Além disso, dificuldades interpessoais também estão relacionadas à emoção da raiva. De acordo com Deffenbacker e Lynch (2003), 70% das experiências de raiva são ativadas em situações sociais.

A sua relação com a comida e com o seu corpo não nasceu do nada; ela foi moldada, repetida, reforçada. Mas ela também pode ser ressignificada. Você não precisa seguir lutando sozinha.

"O que faremos com todos esses relatos, essa raiva, essa demanda por Justiça?” (Roxane Gay)

Às vezes, a maior batalha acontece dentro de nós.Toda vez que você força um padrão que não cabe em você…Você machuca seu...
09/07/2025

Às vezes, a maior batalha acontece dentro de nós.

Toda vez que você força um padrão que não cabe em você…

Você machuca seu corpo. Mas ele tá aí, firme, segurando as pontas por você.

O seu corpo é inegociável. Seu bem-estar também.

Cuide dele como quem cuida de quem sempre esteve do seu lado — mesmo sem você perceber.

Ganhar peso não deveria significar perder valor.Mas sei que pra muita gente, o aumento na balança vem com um combo de me...
07/07/2025

Ganhar peso não deveria significar perder valor.

Mas sei que pra muita gente, o aumento na balança vem com um combo de medo, culpa, vergonha, e até pensamentos extremos.

“Ninguém vai mais me achar bonita.” “Vou deixar de ser amada.” “Vou voltar a vomitar.”

Mas esses pensamentos não são você. São sintomas. São aprendidos.

PEDRO NÃO PRECISA DE MAIS CONTROLE. ELE PRECISA DE ESCUTA, ACOLHIMENTO E TRATAMENTO.

E talvez você também.

A história do transtorno alimentar quase nunca começa com comida!�⠀�Começa com o desejo de ser aceita. De caber. De agra...
02/07/2025

A história do transtorno alimentar quase nunca começa com comida!�⠀�

Começa com o desejo de ser aceita. De caber. De agradar.�

�Na infância tudo parecia mais leve. Mas a adolescência veio com comparações, rejeições e críticas silenciosas — que viraram uma prisão dentro do espelho.

O corpo deixou de ser lar e virou um campo de batalha.�⠀

�Se você já viveu isso, ou vive agora, saiba que ainda existe caminho de volta pra paz com o seu corpo!

Você já se perguntou por que, às vezes, basta ver uma propaganda de comida para surgir um desejo quase incontrolável de ...
25/06/2025

Você já se perguntou por que, às vezes, basta ver uma propaganda de comida para surgir um desejo quase incontrolável de comer?

O que acontece é que imagens, cheiros e sons associados à comida podem gerar memórias e sensações antecipadas de prazer, invadindo nossa mente automaticamente.

Mesmo que você tenha comido aquele alimento recentemente, se a experiência não foi satisfatória, o desejo pode voltar — ainda mais forte.

Em outras situações, gatilhos internos como restrição alimentar, impulsividade, fome, ansiedade ou pensamentos sobre comida podem transformar um simples desejo em um verdadeiro food craving — aquele desejo específico, ansioso, que parece impossível ignorar.

Esses pensamentos e imagens não surgem à toa: eles se acumulam na memória de trabalho, gerando desconforto e focando ainda mais nossa atenção naquilo que queremos consumir. Por isso, nem sempre o desejo por um alimento significa fome real. Às vezes, o que queremos aliviar é uma emoção — como tédio, tristeza ou ansiedade — e o chocolate vira apenas o símbolo desse alívio.

�➔ Você já percebeu esses gatilhos no seu dia a dia? Comenta aqui!

�Fonte: Oliveira, J. (2022). The body asks and the mind judges: the episode of food craving, its triggers and nutritional treatment. einstein (São Paulo), 20, eMD6705.

Comida, para Pedro, era lembrança boa.Mas, com o tempo, o que era afeto virou controle.Hoje, ele não pode mais guardar u...
02/06/2025

Comida, para Pedro, era lembrança boa.Mas, com o tempo, o que era afeto virou controle.

Hoje, ele não pode mais guardar um pedaço de bolo para depois. Tudo precisa de estratégia.� Espontaneidade virou risco.� Vontade virou culpa. �Comer virou vigilância.

Em estudos qualitativos com pessoas que viveram traumas, muitos relataram que comiam para acalmar emoções intensas: ansiedade, raiva, medo. Uma participante disse que, só de ver alguém de uniforme, sua ansiedade aumentava — e ela comia para se confortar. Outra contou que comia como forma de se premiar após uma noite de raiva. Não era para fugir do afeto negativo — era para tentar resgatar um afeto positivo.

Mas esse alívio é breve.� Logo vem a culpa, a doença, o cansaço emocional. Como disse uma das participantes: �"Eles nem sabem que essa raiva ainda está em mim. E eu vou comer uns doces e depois vou ficar doente de novo."

Outro ponto marcante foi a forma como o trauma alterava a relação com o corpo: Algumas mulheres disseram que comiam para ganhar peso e afastar olhares indesejados. Outras evitavam comer para emagrecer e tentar passar despercebidas. Perder ou ganhar peso não era vaidade — era proteção.

Evitar comer com os outros, evitar ser vista, evitar ser lembrada — tudo isso como defesa. E isso, muitas vezes, levava ao isolamento, à solidão, ao agravamento dos sintomas.

Como disse uma mulher:� "Comer foi como eu lidei com o trauma. Era como estar em guerra com meu corpo."

Comer não é só um ato biológico. É também uma forma de lidar, de gritar em silêncio, de tentar existir de outro jeito. Quando falamos de compulsão, precisamos perguntar: O que essa comida está tentando acalmar? De que ela está me protegendo? �O que ela está dizendo que eu ainda não consegui nomear?

Que essa legenda sirva de convite — não para julgamento, mas para escuta. Porque, por trás de cada compulsão, há uma história.

Compartilhe com quem precisa se sentir menos sozinho.

Fonte: Breland, Jessica Y., et al. "Trauma exposure and disordered eating: A qualitative study." Women & Health, 58.2 (2018): 160–174.

Você já se viu preso, como Pedro, em um ciclo de pensar demais sobre o que comer?Isso pode parecer “planejamento”, mas m...
26/05/2025

Você já se viu preso, como Pedro, em um ciclo de pensar demais sobre o que comer?

Isso pode parecer “planejamento”, mas muitas vezes é apenas uma forma disfarçada de punição.

Pensar demais → Julgar demais → Sentir culpa → Punir → Comer sem controle.

É preciso deixar a culpa e acolher a consciência.
�Parar de se punir… e começar a se cuidar.

Compartilhe com alguém que está cansado(a) de lutar com a comida todos os dias.

"Pedro recebeu o diagnóstico de um transtorno alimentar e, por um momento, sentiu que toneladas de culpa foram retiradas...
21/05/2025

"Pedro recebeu o diagnóstico de um transtorno alimentar e, por um momento, sentiu que toneladas de culpa foram retiradas das suas costas.

�Finalmente, aquilo que o fazia sofrer tinha um nome. Não era simplesmente “falta de força de vontade” ou “fraqueza moral”.

Como apontam Gergen e McNamee (2000), quando tratamos os diagnósticos como verdades neutras, sem refletir sobre os processos sociais que os constroem, corremos o risco de esquecer que eles também moldam como a pessoa é vista — e como ela se vê.

Foucault (1961/1972) descreve que o discurso psiquiátrico deslocou os desviantes da culpa para a doença, oferecendo mais empatia, mas também reforçando o olhar para o indivíduo como “o problema”, isolado de sua história e dos padrões de relação que sustentam o sofrimento.

Para Pedro, o diagnóstico trouxe alívio, mas também o inseriu em um lugar de exclusão: o de “doente”, onde sua identidade muitas vezes é reduzida ao transtorno.
�Será que ser visto apenas como doente é o único caminho para que possamos deixar de ser culpados por nossas dores?

�Será que não há outras formas de entender e cuidar do sofrimento sem reduzir quem somos a um diagnóstico?

Referência: Souza, L. V., & Santos, M. A. D. (2014). Transtorno alimentar e construção de si no relacionamento profissional-usuário. Psicologia & Sociedade, 26, 506–516.

"Às vezes, a maior batalha acontece dentro de nós."�O "Duplo Eu" — aquela voz que nos acolhe e nos fere ao mesmo tempo —...
19/05/2025

"Às vezes, a maior batalha acontece dentro de nós."

�O "Duplo Eu" — aquela voz que nos acolhe e nos fere ao mesmo tempo — pode se manifestar de formas silenciosas e profundas.
�Entender essa voz, e não apenas lutar contra ela, é um passo importante para curar nossa relação com o corpo, a comida e nós mesmos.

Pesquisas mostram que a experiência da "voz do transtorno alimentar" é frequentemente reconhecida por pacientes e possui uma natureza poderosa, negativa e opressora.

�Estudos indicam que sentimentos de aprisionamento e derrota são comuns em resposta a essa voz, e que suas características negativas estão associadas à gravidade dos sintomas alimentares."Trabalhar essa relação interna, com abordagens relacionais e interpessoais, pode melhorar os desfechos clínicos no tratamento dos transtornos alimentares.

Este post é um convite para refletir sobre como o sofrimento interno pode alimentar essa voz — e como a transformação dessa relação pode ser parte do caminho de cura.
�Você também sente que vive esse conflito?

➔ Compartilhe com quem precisa ouvir que não está sozinho(a).
�➔ Me conte no direct sobre este post e sua experiência com essa voz.

Fonte: Aya, V., Ulusoy, K., & Cardi, V. (2019). A systematic review of the 'eating disorder voice' experience. International Review of Psychiatry (Abingdon, England), 31(4), 347–366. https://doi.org/10.1080/09540261.2019.1593112

O doce após as refeições significa que eu ainda não estou em dieta, que ainda estou postergando o dia em que vou “entrar...
19/02/2025

O doce após as refeições significa que eu ainda não estou em dieta, que ainda estou postergando o dia em que vou “entrar nos trilhos”, tomar vergonha na cara e me controlar!

Significa que eu sofro em saber que terei que ficar sem isso, porque me lembra tantas coisas boas. E mesmo assim não consigo me relacionar bem com isso.

Só queria conseguir comer em paz sem ficar pensando que vou engordar muito ou que isso vai me fazer comer mais.

Ainda não consegui encontrar um ponto de equilibro. Ou fico sem ou fico comendo todo dia.

E você, como lida com o desejo de doces após as refeições?

Toda a complexidade do food craving, as raízes comportamentais e os gatilhos que muitas vezes passam despercebidos.1️⃣ E...
17/02/2025

Toda a complexidade do food craving, as raízes comportamentais e os gatilhos que muitas vezes passam despercebidos.

1️⃣ Entenda os Triggers: Descobrir os gatilhos emocionais e situacionais pode te ajudar a compreender por que certos alimentos parecem irresistíveis em momentos específicos.

2️⃣ Reconheça o Impacto: Aceitar que os desejos não são apenas uma questão de força de vontade, mas sim uma resposta intricada do nosso corpo e mente às nossas emoções e ao ambiente.

3️⃣ Aprofunde-se no Conhecimento: Sabia que a pesquisa em transtornos alimentares tem revelado muito sobre como abordamos a comida? Este conhecimento pode transformar a maneira como lidamos com a alimentação no dia a dia.

Esses são alguns insights da minha pesquisa, que abordam desde as teorias acadêmicas até aplicações práticas, ajudando você a construir um relacionamento mais saudável e consciente com a comida.

Você já identificou algum gatilho que influencia seus desejos por comida?

Não se trata apenas de um simples desejo por algo gostoso; é uma comunicação profunda do seu corpo e mente.Reconhecer e ...
16/02/2025

Não se trata apenas de um simples desejo por algo gostoso; é uma comunicação profunda do seu corpo e mente.

Reconhecer e respeitar os sinais do seu corpo é fundamental para romper o ciclo de comer emocional e compulsivo.

Você já identificou algum gatilho emocional que afeta seus hábitos alimentares?

Endereço

R. Domingos De Morais, 2781
São Paulo, SP
04035-001

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