
17/06/2025
Domingo (15), foi o dia dedicado a São Vito Mártir; Padroeiro da cidade de Polignano A’Mare (Puglia, Itália) e do bairro do Brás em São Paulo; este que foi a residência dos polignaneses que imigraram para o Brasil e trouxeram a sua devoção.
Neste dia, depois de 3 anos de reforma foi reaberta a Igreja que por eles foi construída em honra ao Santo.
Às 17h aconteceu a Procissão com a tradicional Banda Marcial da Lapa animando os devotos que seguiam o andor norteados pelas bandeiras do Brasil, da Itália e da Regione Puglia, também de um Estandarte presenteado recentemente pelos italianos em memória à história dos dois lugares unidos pela mesma devoção, além do Estandarte da Associação Beneficente São Vito Mártir promotora da Festa de São Vito e da construção da Igreja.
Neste ano; por condições adversas à vontade popular, não foi permitida a tradicional entrada do andor de São Vito durante a sua Festa onde sempre era carregado pelas Matriarcas responsáveis pelo legado familiar e culinário da cultura e ovacionado pelo público que esgotava os convites antecipadamente para testemunharem este momento de comoção e memória afetiva.
Porém, no meio do caminho a Procissão foi convidada de forma ousada e perseverante pelas Mammas de São Vito da nova geração à entrar no Pavilhão “Modesto Mastrorosa”, sede da Associação aonde acontece a Festa, ainda vazio, lembrando os tempos de Pandemia em que mesmo de forma limitada o evento aconteceu mantendo seus mais de 100 anos de história ininterrupta.
Lá o Padre José Ferreira dirigiu algumas belas palavras e deu a sua benção aos voluntários que depois cantaram o “Antico Inno a San Vito” entoado pela cantora e devota Luci Buonavilla.
O cortejo prosseguiu até a Igreja onde na porta foi feita uma fotografia histórica com o andor e os devotos, recordando as primeiras fotos dos devotos antigos ainda com o prédio em construção.
O andor com o Glorioso Mártir adentrou o templo lotado sob aplausos dos fiéis que o veneravam emocionados bradando a clássica saudação:
“EVVIVA SAN VITO”!
Foi iniciada a Santa Missa da Solenidade da Santíssima Trindade celebrada pelo Administrador Paroquial Padre Michelino Roberto, concelebrada pelo Vigário Padre José Ferreira, auxiliados pelo Diácono Luiz Ângelo Fortuna e acólitos.
Em meio ao povo presente estava o Padre “San-Vitense” João Bechara Ventura que exerceu seus primeiros anos de ministério na Paróquia e que foi o mediador junto as Irmãs Dominicanas de Roma que cederam as relíquias de 1.ºgrau dos Santos Vito, Modesto e Crescência (catequistas de Vito) que foram afixadas na pedra do altar principal (que em breve será consagrado por V. Ex.ª Revm.a. Cardeal Arcebispo Dom Odilo Pedro Scherer, assim como toda a Igreja São Vito).
Ao final o Padre Michelino dirigiu suas palavras de agradecimento aos benfeitores, ao Presidente da ABSVM Sr. Miguel Gravina e reforçou o convite aos membros da Associação à participarem mais ativamente na Igreja que foi edificada por seus pais, avós e bisavós.
Os festejos se concluíram na Festa com os tradicionais pratos da culinária pugliese (ficazza, ficazzella, Guimirella, Richitelli, Pichicatelli, Amareti) e muita música italiana.
Os tempos são outros, o Brás é outro, já não existe mais o “pau de sebo”, os fogos de artifício no fim da Procissão, o fervor de outrora, mas permanecem:
A fé, “o pavio que ainda fumega”…
A esperança fraterna alimentada pelos devotos de diversas orientações, convicções, nações além de Brasil e Itália e que apesar de suas diferenças se unem profundamente nesta hora…
E o amor à Deus que através deste Santo menino tanto fez e faz por cada um dos que se fazem seus amigos..
Esta chama jamais se apaga.
*Foto do relicário com fragmentos dos ossos dos 3 Santos colocado sob o novo altar