10/04/2024
A HISTÓRIA DE A.A. EM SÃO PAULO - 59 anos (09/04/1965)
Especial para a comemoração do 34° Aniversário do A.A. Paulista – 1965/1999
CENSAA/SP – Central de Serviços de A.A. Palestrantes: Donald e Melinho
(Fontes: Donald, Melinho, Ércio, Eloy, João Roberto, gravações em cassete e vídeo sobre a origem de A.A. em SP, pesquisa em históricos de Grupos e Intergrupais, Atas, etc…, pertencentes ao nosso acervo).
Na década de 50 Harold esteve em São Paulo com outras pessoas que lançaram a semente do movimento e voltaram para o Rio de Janeiro; os que aqui ficaram tentaram esse “aparente” A.A. em São Paulo, pois achavam que esse direcionamento de Passos… não ter ninguém que manda… de não aceitar dinheiro de fora etc… não ia dar certo, e, dando outro enfoque às propostas, sem aceitar o programa de Alcoólicos Anônimos, transformaram este início na Associação Anti-Alcoólica. Donald nasceu nos Estados Unidos e veio para o Brasil. Alcoólatra, em 1965, passando muito mal, foi internado no Hospital Samaritano, onde foi abordado por um Padre americano que lhe falou sobre A.A. e lhe deu o “Livro Grande”. Depois de lê-lo, aceitou conversar com uma AA, Dorothy, que tinha uma agência de empregos no Rio de Janeiro e filial em São Paulo onde vinha uma vez por semana. Depois desta conversa, Donald, já abstêmio, comprou a idéia de iniciar com Dorothy um Grupo em São Paulo.
A primeira tentativa de abrir um Grupo foi no Largo do Arouche, mas não deu certo. Continuaram os contatos, até que conheceram Madre Cristina, não alcoólica, da Faculdade SED Sapiens, que conseguiu uma sala na parte de trás da entidade, que dava para a Rua Caio Prado, 120, uma travessa da rua da Consolação, e era necessário começar o movimento. Dr. João, um médico que freqüentava a Associação Anti-Alcoólica, mencionou ter uma pessoa lá, chamada Melinho, que não aceitava as colocações da Associação Anti Alcoólica e já tinha uma noção do que era Alcoólicos Anônimos. O doutor fez o contato entre os dois, que conversaram, juntamente com Dorothy, e iniciaram no dia 9 de abril de 1965, o GRUPO SAPIENS.
No começo, ingressaram alguns companheiros, como: Fernando P., Stephenson e outros que vieram da Anti-Alcoólica, como Valdomiro e o Barbosa, que sabendo da existência de um Grupo de A.A. passaram a freqüentar o Grupo. Entre 1965 e 1969, as reuniões de terça e sábado eram abertas e só de depoimentos – a proposta era “falar”.
Havia praticamente dois encargos, o Coordenador do dia e um Tesoureiro. Não existiam livros, a não ser trechos traduzidos e mimeografados. Depois vieram os Livros Brancos, traduzidos no Brasil e impressos na A.A. Word Service que os enviava de volta. Por iniciativa de uma freira da Santa Casa de Misericórdia de São José dos Campos, em 27 de maio de 1967, foi formado o Grupo Irmã Odila, posteriormente, Grupo São José, que deu início às atividades de Alcoólicos Anônimos na região do Vale do Paraíba. Entre 1967 e 1968, Lafayete M. e Orlando C. ingressam no Grupo Sapiens e, em 7 de junho de 1968, realizam a primeira reunião da Baixada Santista, na rua Conselheiro Nébias, na Sociedade Espírita “Anjo da Guarda” que depois mudou-se para São Vicente com o nome de Grupo Conselheiro.
Em 1968, a Assistente Social do Centro de Obras Sociais de Piracicaba procurou o Grupo Sapiens, onde foi recebida por Donald e Melinho, com a finalidade de realização de Palestras Informativas. Isso se deu em setembro. Em 26 de outubro, formou-se o Grupo Piracicaba com o ingresso do primeiro companheiro. Em 69, começaram a acontecer coisas na História de A.A. No Brasil. Donald consegue a autorização de A.A. Word Service para a publicação do Livro Azul – Alcoólicos Anônimos – em português.
Como não tínhamos dinheiro, A.A. dos EUA nos emprestou uma importância para a primeira edição e, para fazer essa impressão foi criado o CLAAB, cuja primeira diretoria era composta por Donald, Nascimento, Melinho e Fernando P., e instalado na Sampaio Vidal, apartamento do Donald. Em 1970, mais ou menos em outubro, alguns companheiros: Donald, Eloy, Cel. César, Melinho, Nascimento e Zelina acharam que nas reuniões abertas deveriam ser escolhidos companheiros para falar sobre a Recuperação e o Programa de A.A., pois vinham muitas pessoas de fora. Por essa iniciativa, esses companheiros foram praticamente banidos do Grupo Sapiens.
Em 69, havia começado um Grupo chamado Belém – conhecido durante algum tempo como Grupo Carvalho – na rua Cajuru e que, por coincidência, quem havia conseguido uma sala tinha sido outra freira (Irmã Carrijo). Ela, o companheiro Carvalho e João Belém abriram o Grupo que logo teve um ingressante – o Edson Baixo. Com todo o problema da Caio Prado, os companheiros foram todos para o Grupo Belém, que tinha uma reunião por semana e passou a funcionar diariamente. Em 1970, o comp° Brasil abriu o Grupo Permanente de Osasco na paróquia Cristo Operário e o Donald, aos domingos, conseguiu a parte de trás da igreja do Perpétuo Socorro, na Sampaio Vidal, para fazer palestras informativas, gerando o Grupo Jardim Paulistano, hoje Grupo Jardins. Por esses anos havia também o Grupo São Paulo, do qual infelizmente não possuímos nenhum histórico.
A partir do Grupo Belém foram se formando outros Grupos tais como: Vila Rica, Jerusalém, Gomes Cardim, e outros na Zona Sul: Bibi (hoje Tabapuã) e Vila Nova Conceição. O companheiro Jepherson saiu do Belém e abriu, na rua do Orfanato, o Grupo Vila Prudente, de onde se originaram outros Grupos. Em 23 de novembro de 1969, iniciam-se as atividades do grupo de Graça e, em 1970, o Hei de Vencer de Mogi das Cruzes.
No ano de 71, o companheiro André D. sentiu a necessidade de formar um grupo em Campinas e, através de Donald, encontra-se com o comp° Otávio. Trocam experiências e arrumam uma sala, onde, em 28 de maio de 1974, é aberto o Grupo Albatroz.
Dois médicos psiquiatras franciscanos, Dr. Elesbão Barbosa de Paula e Dr. Rubens Jacinto Conrado, interessaram-se pelo movimento de A.A. que havia em Casa Branca e, através deles, pacientes tornaram-se sóbrios e formaram, em 17 de julho de 1975, o Grupo Francano.
Em agosto de 1973, Jepherson abre um Escritório Central Paulista para prestar serviço aos Grupos dentro do espírito de uma Intergrupal, que funcionava na Casper Líbero. Em 1974, já com diversos Grupos, fazem um Estatuto, legitimando definitivamente o que seria a futura Central de Serviços de Alcoólicos Anônimos do Estado de São Paulo. Na seqüência cronológica seguiram as seguintes Intergrupais de Serviços: 1975 – Campinas; 1978 – Baixada Santista; 1988 – Piracicaba; 1991 – Vale do Paraíba e Litoral Norte (Taubaté); 1994 – Franca e 1995 – Centro Oeste – Paulista (Jaú).