11/02/2018
"A Forma da Água" - Somos muito mais do que aparentamos ser.
A Forma da Água, de Guillermo Del Toro, é um filme que nos mostra a beleza em nos conectarmos uns aos outros de maneira real, através da compaixão, compreensão, amizade e principalmente, através do amor.
E para que isso aconteça a comunicação é fundamental, mas o comunicar-se não tem a ver apenas com a fala, aliás, a fala não garante nada. Muitas pessoas falam e não se comunicam. A comunicação acontece quando há uma abertura verdadeira para olhar o outro não apenas pelo o que ele aparenta ser. Todos nós somos muito mais do que aparentamos ser.
Carl Jung, fundador da Psicologia Analítica, tem uma frase que ilustra muito bem isto: “Tudo depende de como vemos as coisas e não de como elas são”. E o filme confirma esta frase. Enxergamos o mundo e as pessoas de acordo com aquilo que somos.
O que torna alguém um monstro é quando a maneira de olhar e de se relacionar com o que está a sua frente refletem intolerância, não aceitação do diferente, preconceito, abuso de autoridade, violência, etc. Ou seja, falta de amor. E isto é muito bem representado pelo vilão do filme. Já a protagonista, mesmo sendo muda, é quem melhor se comunica, e quem mais oferece amor.
Usando a metáfora da água que o filme promove, podemos refletir que a água é o que permite a vida em nosso planeta, e é o que há de mais importante nele e também em nós mesmos, já que nosso corpo, como todos sabemos, é formado em sua maior parte de água. E muitas vezes o que a vida nos traz pode assustar, ou nos causar emoções que não sabemos muito bem como lidar. Muitas vezes o que o nosso corpo nos comunica não nos agrada, seja através da aparência física, ou de uma doença, etc. Mas a maneira como olhamos, como nos comunicamos, e como nos relacionamos com o que a vida nos traz é o que vai determinar se iremos viver enfrentando monstros, ou se poderemos enxergar a sua verdadeira beleza.
Boas reflexões!
Renato M. P. Ribeiro
Psicologo Clinico - CRP: 06/123924
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