25/02/2024
Deixa eu contar uma coisa sobre perda gestacional pra vocês: a dor de perder um bebê durante a gravidez, seja no comecinho ou no final, é imensa, e não deve ser subestimada ou ignorada.
A mãe que perde um filho que não viveu fora do útero merece a mesma empatia que qualquer mulher que perde uma criança maior.
Não temos como medir ou comparar o luto, e ninguém deve ser impedido de chorá-lo.
Antes de engravidar da Jujuba eu tive uma perda com 8 semanas de gestação. Pode parecer pouco mas eu já tinha feito planos e criado sonhos.
Pensava em nomes e nenhum deles era Julia. Imaginava o quartinho completamente diferente do que foi o dela.
Foi uma gravidez planejada e muito desejada e a perda me deixou arrasada, mas a insensibilidade das pessoas foi o que mais me magoou.
Nunca diga a uma mãe que perdeu seu filho antes do nascimento (seja com 4 ou 40 semanas) que aquilo é normal. As estatísticas podem mostrar que é frequente mas não, não é normal.
Não fale que logo logo ela engravida novamente. Nenhum bebê substitui outro.
Não foi um copo que quebrou e ela que pode comprar outro igual.
Não pergunte o que causou aquilo, e muito menos o que ela fez para perder o bebê.
Parece óbvio mas sim, eu ouvi isso.
Não ignore o assunto, isso faz parecer que não há reconhecimento de que aquela criança existiu.
Tanto os profissionais de saúde quanto familiares precisam abrir os olhos para a perda gestacional. Ofereça carinho, ofereça escuta, ofereça ajuda.
Respeite a dor.