
27/08/2025
Essa é uma ótima pergunta! As aderências pélvicas são formações de tecido cicatricial que podem surgir após infecções, cirurgias ou processos inflamatórios, como a endometriose. Elas funcionam como “pontes” de tecido que colam estruturas que normalmente deveriam estar livres dentro da pelve, como os ovários, trompas e útero. E, sim, podem dificultar a gestação.
Isso acontece porque as aderências podem impedir o funcionamento adequado das trompas, que são fundamentais na fertilização espontânea. A trompa precisa captar o óvulo liberado pelo ovário e conduzi-lo até o local em que encontrará o espermatozoide. Quando há aderências, essa movimentação pode f**ar comprometida, dificultando ou até mesmo impedindo o encontro entre óvulo e espermatozoide.
Mas o impacto das aderências na fertilidade depende de alguns fatores. Se a mulher tem menos de 35 anos, boa reserva ovariana, exames hormonais favoráveis e o sêmen do parceiro apresenta ótimos parâmetros, pode ser que uma cirurgia restauradora das trompas, feita por videolaparoscopia, seja uma alternativa interessante. Essa cirurgia é capaz de devolver a anatomia pélvica com uma taxa de sucesso considerável e, quando bem-sucedida, pode permitir gestações espontâneas no futuro.
Por outro lado, se há outros fatores de infertilidade associados, idade mais avançada ou qualidade espermática comprometida, a fertilização in vitro pode ser a opção mais indicada. Afinal, embora a cirurgia melhore a anatomia, ela não garante que a gravidez aconteça naturalmente. E a FIV também não garante, mas permite maior controle sobre cada etapa do processo.
Por isso, a escolha do melhor caminho deve ser personalizada. No IPGO, realizamos a cirurgia restauradora com técnicas minimamente invasivas e excelentes resultados, sempre com foco na segurança e no prognóstico da paciente.
Se esse é o seu caso, converse com seu médico sobre os próximos passos. A decisão entre operar ou partir diretamente para a fertilização precisa considerar seu histórico, seus exames e, claro, o seu desejo.
Dr. Arnaldo Cambiaghi
CRM 33.692 | RQE 42074
IPGO – Medicina da Reprodução