12/11/2025
💜No quadro , a história de hoje é da _carol.sanches_ .
“Tudo começou quando eu tinha cerca de 15 anos e comecei a ter alguns sintomas que, na altura, não sabia identif**ar — nem o que eram, nem de onde vinham.
Aquele cansaço extremo, mesmo depois de dormir horas a fio, a confusão mental e, mais tarde, as auras e as ausências.
Demorou meses até receber o diagnóstico. Durante esse tempo, eu não entendia o que se passava comigo e cheguei mesmo a acreditar que estava a enlouquecer, tal era a forma como as ausências me deixavam.
Tudo isto começou a afetar o meu dia a dia, os estudos, as interações com a minha família e amigos — e até a forma como eu me via a mim mesma. Aos 16 anos tive a minha primeira crise convulsiva, na escola. Foi um momento muito complicado.
Lidar com o diagnóstico e com os comentários — alguns deles bastante preconceituosos, devido aos estigmas e mitos associados à epilepsia — não foi fácil.
Tinha receio de contar aos meus amigos e às pessoas à minha volta que tinha epilepsia, porque nem eu própria queria aceitar essa realidade. O mais difícil foi lidar com as inúmeras trocas de medicamentos e com as sequelas que eles me provocavam, já que apresentava resistência aos tratamentos e, por isso, tinha que trocar várias vezes e passar pelos diversos efeitos secundários.
Mesmo com os medicamentos, as crises e as ausências continuavam presentes no meu dia a dia. Foi todo um processo até eu aprender a lidar com a epilepsia. Ainda hoje tenho limitações, porque as crises não estão totalmente controladas, mas sinto que a vida voltou a sorrir para mim.
Quando aprendi a aceitar a epilepsia, tudo melhorou — e muito disso devo ao meu neurologista, que nunca desistiu de mim. Ele mostrou-me que compreender e aceitar a doença era o melhor caminho para viver bem com ela e até aprender com ela.
Hoje tenho 23 anos, estou a terminar o mestrado, continuo a dançar e vejo um futuro inteiro pela frente. Existem restrições e limitações, é verdade, mas percebo que não é impossível contorná-las — só dá mais trabalho. E isso faz com que cada conquista tenha um sabor ainda maior.”
💜Obrigada, Carolina, por compartilhar sua história conosco!