Nutricionista Cezar Vicente Jr - Nutrição Diferente e Humanizada

Nutricionista Cezar Vicente Jr - Nutrição Diferente e Humanizada Nutricionista que acredita que é possível ter uma relação saudável com a comida e o seu corpo. Adora ajudar as pessoas nessa jornada.

O desejo de comer como a influencer fitness talvez tenha um fundo de querer com que o seu corpo se transforme no dela.Ma...
04/02/2025

O desejo de comer como a influencer fitness talvez tenha um fundo de querer com que o seu corpo se transforme no dela.

Mas eis aqui um balde de água fria: mesmo que você tivesse meticulosamente a mesma alimentação que a dela, ainda assim existe uma grande chance do seu corpo ter um formato bem diferente do dela.

Nossos corpos possuem registros e manifestações sobre as nossas vivências. Ou seja, para além do clichê (verdadeiro) da genética, temos também um histórico sobre os medicamentos que tomamos, sobre o nosso trabalho exigir mais ou menos de uma parte do nosso corpo, como comemos, como nós exercitamos, sobre as pequenas e grandes negligências que fizemos em relação ao nosso corpo, etc.

Eu poderia dizer que “sinto muito” ao te informar sobre isso, pois provavelmente exista algum grau de sofrimento ao entrar em contato. Mas escolhi não enveredar por esse prisma, pois podemos encontrar alívio e beleza na diversidade. E convido você a fazer o mesmo.

Alívio pois existe a possibilidade de ao não estar desesperadamente tentando produzir um corpo X, você possa dar alguns outros sentidos ao seu comer.

Beleza não no sentido de necessariamente achar seu corpo bonito, o tempo todo, cada parte dele, mas poder olhar para a pluralidade existente no seu corpo e no corpo dos outros.

Seu corpo é a sua casa, gostando dele ou não, se parecendo com a do seu vizinho ou não, tendo um piso rachado ou não. Uma vez que estamos morando nessa casa, como vamos escolher decora-la para dar outros sentidos?

Não é uma tarefa simples, mas é um caminho alternativo ao sofrimento de tentar morar em uma casa igual a da outra pessoa.

Muitas vezes, buscamos a tal alimentação “perfeita”, aquele lugar ideal onde tudo está certo e resolvido para sempre. Ma...
21/11/2024

Muitas vezes, buscamos a tal alimentação “perfeita”, aquele lugar ideal onde tudo está certo e resolvido para sempre. Mas… será que isso existe?

🌿 Pense comigo: quais cuidados na vida não precisam de manutenção?
• Você hidratou e protegeu sua pele durante meses. Isso significa que acabou?
• Ou escovou os dentes todos os dias por algumas semanas. Agora é fim de jogo?

🎭 Cuidado exige manutenção.

🪞 Agora, imagine isso como arrumar a casa:
• Você lavou a louça, varreu o chão, tirou o pó dos móveis e lavou o banheiro.
• Quando precisar fazer isso de novo amanhã ou na semana que vem, vai se sentir um fracasso?
• Vai pensar: “Se eu tivesse feito direito, não precisaria fazer de novo”?

E ainda dentro dessa analogia:
🛋️ Suponha que você detesta limpar a casa e contrata alguém para ajudar. Isso faz de você uma pessoa fracassada?
📋 Mesmo com ajuda, você ainda gerencia o cuidado com a sua casa.

A verdade é que aprendemos a ver o cuidado da alimentação como algo sofrido e cheio de culpa.
E é aqui que mora o problema:
⚙️ Cuidar da alimentação cansa e desgasta, mas, ao mesmo tempo, não sofrer com isso dá a sensação de que não estamos fazendo nada.

🎯 Romper essa lógica é essencial.
Cuidar da alimentação não precisa ser um fardo. Pode ser apenas parte do que te mantém bem – como escovar os dentes ou cuidar da pele.

✨ E você? Como tem cuidado da sua alimentação sem torná-la um peso? Com

Muitas vezes, os profissionais de saúde querem convencer o paciente a seguir um caminho.E pasmem: muitas vezes o próprio...
21/11/2024

Muitas vezes, os profissionais de saúde querem convencer o paciente a seguir um caminho.
E pasmem: muitas vezes o próprio paciente também quer ser convencido.

Ontem, no Dia da Consciência Negra, conversava com uma paciente sobre o que significa influenciar escolhas, e me lembrei de uma frase de Umberto Eco:
“Qualquer tentativa de convencer o pensamento do outro é uma tentativa de colonização do pensamento do outro.”

Confesso: não gosto de estar no lugar de quem precisa convencer alguém a fazer “x”, “y” ou “z”. Prefiro ajudar a pessoa a encontrar sentido em uma possível mudança.

🌎 O Brasil foi colonizado, e muitas vezes continuamos reproduzindo esse padrão:
🔹 Como colonizador: o profissional que chega para “salvar” a pessoa com sua verdade inquestionável. Ele estudou em instituições renomadas, leu os melhores livros e se posiciona como quem detém todas as respostas, ignorando a subjetividade do outro.
🔹 Como colonizado: o paciente que espera por um grande colonizador para ditar regras sobre como viver, comer e ser saudável, acreditando que o único caminho é seguir essa “verdade absoluta”, ainda que isso sobreponha sua própria história, desejos e limites.

🤔 Mas e se o cuidado fosse diferente?
E se, em vez de impor ou esperar, decidíssemos juntos?

Imagine algo tão simples quanto escolher o que comer no café da manhã entre, por exemplo, pão, macaxeira ou cuscuz?
Poderia ser:

❤️ Qual deles você gosta mais?
💪 Qual te sustenta melhor?
🛒 Qual é mais fácil de encontrar?
⏳ Qual combina mais com o que já tem em casa?
✔️ E qual seria seu plano B se algo desse errado?

👉 Não se trata de abandonar orientações profissionais, mas de integrar quem você é ao processo. Afinal o cuidado em saúde deve fazer sentido para a pessoa que você é hoje.

✨ No fim, cuidar não é sobre verdades absolutas. ✨
É sobre fazer escolhas autênticas, que te respeitem.

E você? Como acha que podemos trazer mais autenticidade para o seu cuidado em saúde? Comente aqui! 👇

Muitas vezes estamos cansados, sem tempo, enjoados da própria comida ou desejando comer algo diferente.Vamos focar no tó...
30/10/2024

Muitas vezes estamos cansados, sem tempo, enjoados da própria comida ou desejando comer algo diferente.

Vamos focar no tópico - velocidade, falta de tempo. Porque preciso sair rápido, porque não me programei direito, porque já está muito tarde.

Essas coisas acontecem o tempo todo. E, mesmo sem querer, mais cedo ou mais tarde, ainda vou ter que comer.

“Vou pedir um iFood porque vai ser mais rápido”. Será?

Considere o tempo que você levou em um pedido recente e compare com o tempo para fazer, por exemplo, um macarrão com carne moída e molho de tomate. Talvez faça sentido olhar para o relógio mesmo. Quanto tempo eu levo para fazer esse macarrão? Quanto tempo demora para o pedido do iFood chegar em casa?

Esforce-se para não se prender aos outros elementos: praticidade, louça suja, conciliação de tarefas, etc. Por agora, apenas olhe para o tempo.

Talvez você perceba que nem sempre o app é tão rápido assim.

Meu ponto não é “nunca mais pedir comida por app”, mas sim olharmos para dados um pouco mais reais.

Afinal, uma coisa é eu estar com vontade de macarrão, não saber fazer, não querer fazer ou gostar muito de um restaurante específico; outra coisa é pedi-lo apenas porque “é mais rápido”.

Em resumo, conectar nossos desejos alimentares com o que realmente queremos e não com o que estamos apenas sendo influenciados a fazer.

Lúcia sempre foi uma pessoa gorda. Na escola, sofria muito bullying, e em casa, seus pais controlavam sua alimentação pa...
25/10/2024

Lúcia sempre foi uma pessoa gorda. Na escola, sofria muito bullying, e em casa, seus pais controlavam sua alimentação para que ela se sentisse menos mal com seu corpo e as provocações diminuíssem.

Com tudo isso, Lúcia aprendeu a se odiar, a ter raiva do corpo que não a deixava ser feliz. “Tudo vai melhorar quando eu emagrecer.” Mesmo adulta, as sensações eram as mesmas.

Ela tentou diversas dietas, tentando emagrecer para talvez sentir menos ódio do corpo.

Essas dietas funcionavam por um tempo – fazia dieta e emagrecia – mas depois paravam de funcionar – não conseguia seguir a dieta nem por mais uma semana.

Lúcia tinha uma foto de uma modelo magra, confiante e feliz, colada na porta da geladeira, para fazê-la pensar duas vezes antes de comer.

No espelho do quarto, havia palavras escritas com batom: “feia”, “horrível”, “ridícula”, para incentivá-la a emagrecer.

Ela não comprava roupas novas, pois precisava caber nas antigas, e estar desconfortável a ajudaria a “tomar vergonha na cara” e seguir a dieta.

O ponto chave na alimentação era que, quanto mais ódio sentia do próprio corpo, menos conseguia seguir a dieta e nem comer de maneira decente.

Mais do que isso: quanto mais ódio sentia, mais comia, sem parar, a ponto de, algumas vezes, se sentir como um animal, passar mal e continuar comendo.

E assim a vida seguiu. Lúcia reforçava o ódio por si mesma e, paradoxalmente, não conseguia engajar em uma alimentação que a deixasse satisfeita. Muito pelo contrário, sentia que piorava na medida em que o ódio aumentava.

--- Esse texto é um compilado de inúmeras histórias que já ouvi como nutricionista.

O incentivo à aceitação é porque parece ser o principal elo para mudanças na alimentação.

Não é porque somos “bonzinhos”, mas porque o ódio não motiva (pelo menos não de maneira consistente para muitas pessoas).

Aceitação conecta com cuidado. Cuidado conecta com mudança.

Ao que parece, essa notícia que se espalhou há uma semana é um grande fake news.Mas meu ponto de reflexão é: por que tod...
23/10/2024

Ao que parece, essa notícia que se espalhou há uma semana é um grande fake news.

Mas meu ponto de reflexão é: por que todo mundo acreditou?

Tenho uma confabulação sobre isso. O que as pessoas podem fazer para emagrecer é tão absurdo, mas tão absurdo, que a gente não duvida mais de nada.

Quem lembra da técnica em que se costurava uma espécie de tecido na língua para reduzir o gosto da comida? Ou da dieta da noiva ou da dieta da sonda? E do aparelho semelhante à gastrostomia, que era instalado para eliminar a comida do estômago?

(Lembra de mais algum? Me ajude nos comentários!)

Não quero fazer uma ode ao “cada dia mais difícil ser nutricionista”, mas colocar luz no ponto que me parece realmente importante nessa história: por que as pessoas vão a esse limite?

Ora, se para o senso comum engordar ou ser uma pessoa gorda é a pior coisa que pode acontecer, nada é bizarro o suficiente para evitar essa “tragédia”.

Note que dessa perspectiva, em nome de não engordar ou deixar de ser uma pessoa gorda, vale a pena, correr o risco de inclusive m0rrer. Como se nada fosse mais fatal que engordar/ser uma pessoa gorda, nem mesmo a m0rte.

Tenho certeza absoluta que muitas pessoas, ao lerem a matéria da Taenia, pensaram secretamente: “Mas será que é tão ruim assim? Quanto será que emagrece?”. Pessoas com transtornos alimentares, muito provavelmente, mas também duvido que seja exclusividade delas.

Se você pensou isso, este post não é para ridicularizar você, mas para chamar atenção ao que está vivendo neste momento. Provavelmente, sua experiência com seu corpo e sua alimentação estão no limite há muito tempo, a ponto de relativizar alguns métodos que podem colocar sua existência em risco.

“Tá, mas eu não fiz nada”. Ufa. Só lembre que o pensamento é o ensaio da ação, como diria o tio Freud. Então, o fato de isso estar aí talvez denuncie que pode ser uma boa tratar esse aspecto — corpo e comida — com o cuidado que talvez estejam solicitando.

Pense nisso e se julgar necessário, procure ajuda.

Eu nunca quis ser nutricionista. Na época do vestibular sabia que queria algo na área da saúde e via a nutrição como um ...
23/10/2024

Eu nunca quis ser nutricionista. Na época do vestibular sabia que queria algo na área da saúde e via a nutrição como um “médico dos alimentos”, no auge da minha inocência da adolescência.

Uma boa parte da minha adolescência fiquei tive assumir algumas responsabilidades de cozinhar na minha família.

Na época da faculdade ironicamente foi a época que me alimentei pior, por questões financeiras. Eu sou da primeira turma do ProUni e cursei uma faculdade particular.

Eu ficava particularmente entediado com o assunto peso na faculdade. Não tinha nenhuma conexão pessoal com esse tema, afinal o que me interessava era o alimento que curava x ou y doença. Logo entendi que não era bem assim que as coisas funcionavam, mas mesmo assim meu maior interesse era nutrição hospitalar.

No estágio em hospital me decepcionei um bocado, pois estava muito longe do que eu idealizava. E o mais próximo disso era a clínica ambulatorial, que era bastante ocupada por demandas de peso.

Foi então que fiz um estágio em que precisei olhar para essa questão do peso. Com isso eu comecei a ficar muito intrigado com o tamanho do sofrimento das pessoas dentro desse tema.

No meio dessa inquietação fui achando todo o tratamento que envolvia peso estranho: as pessoas estavam sempre infelizes, o peso estava sempre fazendo um grande io-io, e era geral isso mesmo com as outras nutricionistas que trabalhavam comigo.

Então fui fazer curso que parecia promissor para minhas questões. Esse curso foi no AMBULIM, o qual hoje também dou aula, inclusive. O curso foi tão bom que eu queria saber mais sobre aquele universo. Foi daí que tropecei na área de transtornos alimentares, pois percebi que esses dois temas eram mais próximos que eu pensava.

Eu fiquei tão encantado e pessoalmente desafiado com esse tema que achei que as pessoas fora dali também poderiam se beneficiar disso.

Eu li tantos livros, eu li tantos artigos, eu ficava encomendando livros de outros países, assistindo cursos e aulas de outros países, fóruns de discussões. E olha que meu inglês nem era tão bom assim (e continua não sendo lá essas coisas).

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Muitos anos atrás, eu estava em um date com uma pessoa. E, em algum momento, completamente sem contexto, ela me diz: “…P...
22/10/2024

Muitos anos atrás, eu estava em um date com uma pessoa. E, em algum momento, completamente sem contexto, ela me diz: “…Porque eu perdi 20kg”.

Eu, já trabalhando com o que trabalho hoje e não estando numa consulta, fiquei desconcertado e respondi algo como: “E você está bem com isso?”, “Sim…” - respondeu nitidamente desapontada, “Então, isso que importa” - eu, tentando dar um fim menos constrangedor para aquele tema.

Em outro encontro com a mesma pessoa, ela conta em tom de confissão: “Sabe… Aquele dia, eu cheguei em casa e chorei muito”. Quando tento me lembrar sobre o que estava falando - “O dia em que te falei sobre meu emagrecimento… Estava esperando um parabéns e você não me deu”.

Essa situação é uma grande ilustração de relatos similares que aparecem nas consultas: emagrecer e não ser parabenizada por isso.

Vamos pensar pela perspectiva da pessoa que emagreceu. Caso ela fosse uma pessoa lida como gorda socialmente, provavelmente sofreu muitas situações estigmatizantes em relação ao seu corpo, muitas vezes sendo pressionada para emagrecer (como se isso fosse simples para boa parte das pessoas).

Então, é quase uma espécie de justiça que as pessoas a parabenizem. Afinal, o mundo estava infernizando essa pessoa para emagrecer, e ela emagreceu, então esse é o mínimo - sob a perspectiva da pessoa.

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O processo de descobrir que se tem um transtorno alimentar (TA) geralmente é bastante sofrido. Ele pode vir carregado de...
22/10/2024

O processo de descobrir que se tem um transtorno alimentar (TA) geralmente é bastante sofrido. Ele pode vir carregado de culpa, vergonha, raiva, negação e um misto de outras emoções.

Em 2024, raramente alguém precisa de um “chá revelação” de transtorno alimentar. Na maioria das vezes, a pessoa já sabe ou, no mínimo, suspeita.

Beleza, e aí, o que fazer?

Procurar ajuda especializada. As recomendações mais atuais falam de uma equipe mínima: nutricionista, psicólogo e psiquiatra, todos especializados em TA.

Uma verdade dura: um profissional focado em comportamento alimentar/nutrição comportamental não é necessariamente alguém especializado em TA.

Todo nutricionista especializado no tratamento de pessoas com TA é letrado em comportamento alimentar. Mas nem todo nutricionista focado em comportamento alimentar terá expertise em TA.

(Expertise não tem a ver com experiência pessoal com a doença, ok?)

Quem procurar primeiro? O mais importante é tentar engajar o mais rápido possível com a equipe mínima.

Falando de nutrição: essa é geralmente a parte mais evitada, afinal, é onde o sintoma reside atualmente. Parece doloroso mexer nisso. E não só parece, como é.

Mas, paradoxalmente, à medida que mexemos nesse tópico, ele vai deixando de ser doloroso aos poucos, abrindo espaço para sonhos, desejos e novas relações.

Minha dica principal: procure profissionais com quem você se sinta minimamente confortável para falar sobre suas angústias.

Para encerrar, lembro de uma paciente que atendi muitos anos atrás. Ela já tinha mais de 65 anos, com anorexia nervosa, e disse: “Esperei demais para começar a me tratar. Sinto como se minha vida tivesse passado e eu fiquei trancada no quarto, jogando comida fora, fingindo que estava comendo e pensando em comida… Me sinto muito triste, pois não tem mais volta”.

Ainda hoje, eu, Cezar, fico triste em lembrar, mas respondi: “Não tem volta, mas ainda tem vida”.

Sou contra ou a favor? Bora lá.A maior parte das pessoas que atendo tem transtornos alimentares ou problemas alimentares...
17/10/2024

Sou contra ou a favor? Bora lá.

A maior parte das pessoas que atendo tem transtornos alimentares ou problemas alimentares graves. Boa parte desse público deseja fervorosamente não precisar se relacionar com a comida, afinal, decidir o que vai comer, negociar suas vontades, se organizar na vida para comer é mais sofrido e trabalhoso do que para a maior parte das pessoas.

Eis que essas medicações fornecem para essas pessoas exatamente o que elas queriam por meio dos efeitos colaterais: conseguir evitar a comida ao máximo.

Essa evitação da comida começa a se transformar em um “estou enjoada agora, melhor eu não almoçar”. Corta a cena para mais tarde, surgindo uma microfome, ou vontade, ou oportunidade de comer e comendo um pouco. Multiplique essa cena.

E aí vão beliscadinhas de coisas que a pessoa realmente gosta – afinal de contas, agora que eu não estou comendo nada o dia todo (leia-se, as refeições formais e principais) e estou com esse enjoo terrível, acho que mereço esse chocolatinho.

Se tem uma coisa que aprendi com os muitos pacientes pós-bariátricos que já atendi é que de picadinho em picadinho cabe um montão. Muitas vezes, sem a pessoa perceber.

Com isso, muitos pacientes sentem que o remédio “não funciona”, porque ou não conseguem perder peso, ou porque ganham peso, ou porque perdem e em algum momento começam a ganhar. Mas note que o problema não é a substância química em si, mas sim os desfechos que essa química produz no comportamento alimentar e que, se não forem direcionados, realmente podem não ajudar nesses casos.

Resumo: não sou contra a substância em si, o problema, além do uso indiscriminado, é a falta de acompanhamento nutricional – para direcionar os enjoos, as vontades de agora só comer doces, o planejamento das suas refeições principais, etc.

Eu adoraria que existisse um jeito seguro de evitar essa ação permanentemente que faz vocês sofrerem tanto (comer), mas infelizmente não há. Com remédio ou sem remédio, ainda vai ser necessário olhar para sua relação com a comida.

“Você pode comer de tudo, mas calma lá… está sendo muito permissiva!”Permissividade, aqui, para além das definições, pod...
17/10/2024

“Você pode comer de tudo, mas calma lá… está sendo muito permissiva!”

Permissividade, aqui, para além das definições, pode ser entendida quando uma pessoa está “se permitindo demais”, “além da conta”, “passando do limite”.

Esse termo é muito usado atualmente nas questões alimentares, bem como na educação infantil. Vou me ater apenas a refletir sobre os aspectos alimentares.

Para mim, a permissividade tem uma relação muito importante com limites.

Vamos partir do pressuposto de que limites existem, gostando ou não, eles existem (nosso corpo pode ser lido como um limite, por exemplo). Mas quem define esse limite? Você? Eu? A pessoa? As grandes instituições de saúde?

Aqui temos um impasse, pois nós, profissionais de saúde, somos agentes dessa grande instituição, os guardiões da saúde dos outros. Em outras palavras, essa instituição, através de nós, define qual é o limite aceitável e qual não é. Ora mais flexível, ora mais rígido.

Obviamente, cada agente vai fazendo sua microinterpretação dos limites e, portanto, atuando de maneira ligeiramente diferente, mas, ainda assim, a regra é a mesma.

Ajudar cada pessoa a descobrir seus próprios limites e conversar com os outros limites existentes no mundo é uma tarefa que tomo muito para mim, uma tarefa que eu realmente acredito, enquanto nutricionista (obviamente dentro do que se relaciona com comida e corpo).

Logo, eu, Cezar, não gosto muito desse termo para me referir a pessoas que, por exemplo, estão “comendo demais”, “comendo mais do que precisam”; acho que ele flerta com ideias filosóficas que não se alinham com minha forma de trabalhar. Ele me soa ligeiramente moralista.

Porém, entretanto, todavia, essa não é a verdade absoluta do mundo, é apenas a minha verdade no momento. Profundamente sartreana? Talvez, mas é isso aí.

Para quem é das consultas online já deve ter visto essas figurinhas.Os únicos seres escutando as consultas são esses doi...
10/10/2024

Para quem é das consultas online já deve ter visto essas figurinhas.

Os únicos seres escutando as consultas são esses dois nenês.

O siamês é o Benedito (Ben) e o frajola é o Gregório (Greg).

O Ben sempre está deitado na mesa ao lado com computador e o Greg só vem pra me pedir colo e me lamber quando ele se interessa pela voz da pessoa hehe

As vezes eles aparecem em momentos tensos da consulta para dar espaço pra um sorriso no meio das lágrimas.

Diz que todo pai / mãe de pet adora mostrar seus filhos. E eu não fujo a regra. Vim só esbanjar a beleza dos meus lindinhos. 💚

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