
04/02/2025
O desejo de comer como a influencer fitness talvez tenha um fundo de querer com que o seu corpo se transforme no dela.
Mas eis aqui um balde de água fria: mesmo que você tivesse meticulosamente a mesma alimentação que a dela, ainda assim existe uma grande chance do seu corpo ter um formato bem diferente do dela.
Nossos corpos possuem registros e manifestações sobre as nossas vivências. Ou seja, para além do clichê (verdadeiro) da genética, temos também um histórico sobre os medicamentos que tomamos, sobre o nosso trabalho exigir mais ou menos de uma parte do nosso corpo, como comemos, como nós exercitamos, sobre as pequenas e grandes negligências que fizemos em relação ao nosso corpo, etc.
Eu poderia dizer que “sinto muito” ao te informar sobre isso, pois provavelmente exista algum grau de sofrimento ao entrar em contato. Mas escolhi não enveredar por esse prisma, pois podemos encontrar alívio e beleza na diversidade. E convido você a fazer o mesmo.
Alívio pois existe a possibilidade de ao não estar desesperadamente tentando produzir um corpo X, você possa dar alguns outros sentidos ao seu comer.
Beleza não no sentido de necessariamente achar seu corpo bonito, o tempo todo, cada parte dele, mas poder olhar para a pluralidade existente no seu corpo e no corpo dos outros.
Seu corpo é a sua casa, gostando dele ou não, se parecendo com a do seu vizinho ou não, tendo um piso rachado ou não. Uma vez que estamos morando nessa casa, como vamos escolher decora-la para dar outros sentidos?
Não é uma tarefa simples, mas é um caminho alternativo ao sofrimento de tentar morar em uma casa igual a da outra pessoa.