19/11/2025
Vejam que superinteressante é esse estudo, e quem alertou a nós da Sociedade Brasileira de Cefaleia sobre ele foi um colega neurologista, muito querido e respeitado cientista, o Dr. Maurice Vincent.
Bem, todos sabemos que a epidemiologia nutricional é um campo muito importante para o conhecimento, com informações frequentes sobre a associação entre nutrientes e risco de doenças, especialmente câncer. Esse importante e muito bem desenhado estudo, analisou a validade das conclusões, a significância estatística e a reprodutibilidade de pesquisas sobre alimentos específicos e seu risco de câncer. Os pesquisadores selecionaram 50 ingredientes comuns em um livro de culinária e realizaram uma busca de estudos relevantes no PubMed (A principal biblioteca médica).
Resultados:
Dos 50 ingredientes, 40 (80%) tinham estudos relacionados ao risco de câncer, sendo o total de estudos 264. Desses, 191 (72%) relataram associações, sendo 103 afirmando haver um risco aumentado de câncer e 88 afirmando haver um risco diminuído.
Mas...
A maioria das estimativas de risco (75%) apresentava significância estatística fraca ou nula (P > 0,05). Isso, na ciência, significa: Opa! Resultados extremamente duvidosos e geralmente não aceitos como positivos. E mais: Quando os estudos eram de meta-análises (Eram 36 estudos) os resultados eram ainda mais conservadores, com apenas 13 (26%) indicando risco aumentado ou diminuído, e a média das razões de risco (RR) mantida próxima do nulo (mediana: 0,96)! Isso significa que à medida que mais dados são acumulados, há uma tendência de que os tamanhos dos efeitos se aproximem do nulo!
Fonte: Is everything we eat associated with câncer? A systematic cookbook review.Jonathan D Schoenfeld and John PA Ioannidis. Am J Clin Nutr 2013; 97: 127 – 34.
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Dr. Leandro Calia - Neurologia Clínica, Enxaquecas.
www.drleandrocalia.com.br