13/09/2021
APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO
Apneia significa “parada de respiração”. A apneia do sono é o distúrbio no qual o indivíduo sofre breves e repetidas interrupções da respiração enquanto dorme.
A apneia obstrutiva do sono é um transtorno do sono comum e potencialmente grave. A via aérea torna-se repetidamente bloqueada pelo relaxamento dos tecidos da faringe e da base da língua, limitando a quantidade de ar que atinge os pulmões.
Quando isso acontece, o paciente pode roncar alto ou causar ruídos sufocantes enquanto tenta respirar. O cérebro e o corpo do mesmo são privados de oxigênio. Isso pode acontecer algumas vezes por noite, ou em casos mais graves, centenas de vezes por noite. Na tentativa de restabelecer a patência da via aérea superior, ocorrem diversos despertares.
Esses despertares são muitas vezes breves, às vezes durando apenas poucos segundos, e essa é a razão pela qual o indivíduo afetado geralmente não percebe que os apresenta durante o sono. Este padrão se repete durante a noite e um paciente com apneia severa do sono pode apresentar centenas de microdespertares por noite de sono.
Mesmo que os despertares sejam geralmente muito curtos, eles fragmentam e interrompem o ciclo do sono. Essa fragmentação do sono pode causar níveis significativos de fadiga e sonolência diurna, que são sintomas comuns da apneia do sono.
Os sinais e sintomas mais associados com a apneia do sono são roncos, apneias testemunhadas pelo companheiro de cama e sonolência excessiva diurna. As pausas respiratórias podem terminar em engasgos, sensação de sufocamento, vocalizações ou breves despertares.
Como resultado ocorre a fragmentação do sono e consequente sonolência diurna e cansaço, sintomas subjetivos e que muitas vezes não são reconhecidos pelo paciente. Nesses indivíduos um substancial aumento do risco de acidentes automobilísticos e profissionais acontece pela sonolência excessiva, que pode ser medida pela escala de Epworth.
A apneia do sono pode gerar no indivíduo a sensação de cansaço pela manhã e sensação de sono não reparador, ainda que o mesmo tenha tido uma noite de sono longa e aparentemente tranquila. Durante o dia ainda pode ocorrer dificuldade para a concentração ou até mesmo episódios de sono incontroláveis e isso ocorre pelos diversos despertares, mesmo que inconscientes, ao longo da noite.
Ao contrário dos sintomas acima descritos, a insônia não é considerada um sintoma comum da apneia do sono e, quando aparece, é mais frequente nas mulheres com apneia.
Os principais sintomas da apneia do sono são:
• Ronco alto ou frequente
• Pausas respiratórias presenciadas durante o sono
• Sons sufocantes ou ofegantes e sensação de sufocamento durante o sono
• Sonolência diurna ou fadiga
• Sono fragmentado
• Dor de cabeça matinal
• Nocturia (acordar durante a noite para ir ao banheiro urinar)
• Dificuldade na concentração
• Perda de memória
• Diminuição do desejo sexual
• Irritabilidade
Outros sintomas incluem boca seca ao despertar e salivação excessiva, provavelmente devido à respiração oral, além de sono agitado e sudorese noturna, pelo aumento do esforço respiratório.
Devido a apnéias repetidas, hipóxia intermitente e desequilíbrio do sistema nervoso autônomo, os pacientes têm maior risco de desenvolver aterosclerose, hipertensão arterial sistêmica, insuficiência coronariana, arritmias e acidente vascular encefálico.
A classificação da apneia do sono é baseada no resultado do índice de apneia e hipopneia por hora de sono (IAH) de seu exame diagnóstico: A polissonografia.
Pode ser classificada em:
• Leve: IAH maior ou igual a 5 e menor ou igual a 15 por hora de sono
• Moderada: IAH maior que 15 e menor ou igual a 30 por hora de sono
• Grave: IAH maior que 30 por hora de sono
O principal fator de risco para a apneia do sono é o excesso de peso corporal. Indivíduos com excesso de peso ou obesidade são mais propensos a ter apneia do sono. No entanto, também pode ocorrer em pessoas magras.
Os fatores de risco comuns para a apneia do sono incluem:
Excesso de peso
A obesidade, classificada como um índice de massa corporal (IMC) acima de 30 ou mesmo o sobrepeso (IMC) acima de 25 é um fator de risco bem estabelecido para a apneia do sono.
Aumento da circunferência do pescoço
Mesmo na ausência de obesidade, valores acima de 40 cm de circunferência cervical estão associados a um risco aumentado para apneia do sono.
Idade
A apneia do sono pode ocorrer em qualquer idade. No entanto, é mais comum em indivíduos mais velhos.
Gênero
A apneia do sono é mais comum nos homens do que nas mulheres. Para as mulheres, o risco de apneia do sono aumenta após a menopausa.
Hipertensão arterial
A pressão arterial elevada é extremamente comum em pessoas com apneia no sono.
Deformidades Craniofaciais
Principalmente envolvendo anormalidades mandibulares, como micrognatia ou retrognatia e condições congênitas (síndromes de Marfan, de Down e de Pierre Robin).
Hipertrofia de Amígdalas ou adenóides
Essa associação ocorre principalmente em crianças.
História familiar
Especula-se que a apneia do sono é dependente, em aproximadamente 40% dos casos, de uma combinação genética e, em 60%, de influências ambientais. Isso significa que indivíduos com familiares que possuem o diagnóstico têm um maior risco de apresentar apneia do sono.
Os traços hereditários que aumentam o risco de apneia do sono incluem obesidade e características físicas, como alterações maxilares. Outros fatores familiares comuns – como atividade física e hábitos alimentares – também podem desempenhar um papel.
Um médico especializado na área de medicina de sono possui treinamento e experiência no diagnóstico da apneia do sono, que deve ser suspeitada através de uma minuciosa história clínica e exame físico.
Os exames importantes são:
Polissonografia e suas variantes
Nasofaringoscopia flexível e Sonoendoscopia se necessário
Documentação ortodôntica, hoje substituída por avaliações computadorizadas que nos conferem mínimas alterações bem como planejam a cirurgia melhor para o caso, com predição de resultados(planejamento virtual).
O Médico deverá selecionar os pacientes cirúrgicos dos não cirúrgicos que serão encaminhados a aparelhos de posicionamento mandibular e lingual ou até mesmo os aparelhos que empurram oxigênio a uma pressão pré estudada na Polissonografia ( CPAP e Variações).
Os resultados cirúrgicos principalmente os da cirurgia esquelética somada a tecidos moles trazem o controle da doença.