30/10/2024
Recentemente, li um artigo [1] sobre o impacto de duas cepas de Limosilactobacillus reuteri (DSM 17938 e ATCC PTA 6475) em pacientes com síndrome do intestino irritável, que mostrou melhora nos sintomas de gases, distensão, dor abdominal e até redução da ansiedade.
Como já fui diagnosticado com a condição e, às vezes, tenho alguns desses sintomas, resolvi experimentar. No Brasil, só encontramos a cepa DSM 17938, então importei ambas.
Para aumentar a quantidade das cepas, usei-as na fermentação de iogurte caseiro, com leite agroecológico e iogurte natural. Inicialmente, tentei fermentar o leite apenas com o probiótico, mas o sabor não ficou bom; afinal não são cepas específicas para isso. Com o iogurte, no entanto, deu supercerto!
"Ah, mas você tem um perfil alérgico, com rinite; laticínios não te fazem bem." Na verdade, pode ser o contrário!
O consumo de iogurtes (sem aditivos) está ligado à redução de alergias [2], menor inflamação sistêmica, melhora da microbiota intestinal com mais Akkermansia muciniphila [3], melhor controle glicêmico e aumento da saciedade [4]...
Como fazer?
Ferva 1 litro de leite de vaca (de preferência orgânico) e deixe esfriar até cerca de 40°C (quente, mas tolerável ao toque). Em uma garrafa térmica esterilizada, adicione um pote de iogurte natural (temperatura ambiente) e duas pastilhas amassadas do probiótico. Acrescente um pouco do leite, misture bem e, em seguida, adicione o restante. Feche e deixe fermentar por 8 a 12 horas. Pronto! Esse iogurte pode ser usado em até cinco novas preparações, bastando adicionar uma pastilha de probiótico a cada vez.
Se não tiver garrafa térmica, use uma vasilha de vidro com tampa e envolva em toalhas ou cobertores para manter o calor.
Ps: senti bastante efeito nos sintomas gastrintestinais em menos de uma semana de consumo diário.
[1] doi: 10.3389/fgstr.2023.1296048.
[2] doi: 10.3390/nu14071420.
[3] doi: 10.3389/fmicb.2019.01046.
[4] doi: 10.1139/apnm-2017-0210.
Você já fez iogurte caseiro?