12/09/2025
A condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal é uma vitória para o povo, mas a tentativa de golpe, após ter perdido as eleições, não foi o único crime cometido por ele.
Durante a pandemia, ações sistemáticas e calculadas custaram a vida de milhares de brasileiros, incluindo a de profissionais da saúde.
Uma pesquisa coordenada por renomados juristas e pesquisadores como Deisy Ventura (USP), Fernando Aith (FSP/USP), Camila Asano (Conectas) e Rossana Rocha Reis (USP), documentou os três eixos da gestão federal na pandemia:
1️⃣ Atos normativos que fragilizaram a resposta à Covid-19;
2️⃣ Obstrução às ações de estados e municípios;
3️⃣ Campanha massiva de PROPAGANDA CONTRA A SAÚDE PÚBLICA, disseminando desinformação e negando a ciência.
Um estudo, publicado na Revista Brasileira de Epidemiologia, modelou diferentes cenários de vacinação e medidas não farmacológicas e concluiu que, se 80% da população brasileira tivesse sido vacinada até maio de 2021, cerca de 59,8% das mortes por Covid-19 poderiam ser evitadas.
Isso equivale a aproximadamente 419 mil vidas poupadas, evidenciando o impacto que uma campanha de imunização mais rápida e abrangente poderia ter e que Bolsonaro, se opôs.
Enquanto o poder público sabotava o combate à pandemia, nossos profissionais de saúde foram para a guerra desarmados:
➡️ O Conselho Federal de Enfermagem registrou mais de 800 mortes de enfermeiros, técnicos e auxiliares apenas no primeiro ano da pandemia;
➡️ O Conselho Federal de Medicina contabilizou mais de 900 médicos mortos.
Quase 2000 profissionais de saúde na linha de frente, sem proteção adequada, sem vacina no início, e sem um plano nacional de combate à pandemia, enquanto o governo federal minimizava o vírus e boicotava medidas sanitárias.
Este é um dado de pesquisa e um luto nacional. A condenação de Bolsonaro é um passo na responsabilização por esse projeto de morte. É o começo da justiça pelas mais de 700 mil vidas perdidas.