08/05/2024
Filtros
Todos nós vemos o mundo de acordo com o nosso próprio filtro, ( e por filtros quero dizer que podemos também chamar de ponto de vista ou a nossa visão do mundo). E esses filtros são adquiridos, formados e até modificados durante a vida de acordo com nossas vivências, experiências e formas de aprendizado; o afeto envolvido no processo, o local, as pessoas presentes, a classe social, cor, gênero, clima, ter ou não uma religião, o modelo político vigente, visão política pessoal, família, amigos enfim, tudo que nos rodeia e fez parte de nossa vida, percebidos pelos nossos sentidos, como olfato, tato, visão, paladar e audição; geram a forma como vemos e absorvemos o mundo a partir de cada fato novo, gerando um filtro.
E por isso é tão difícil saber o que outras pessoas pensam, o que querem quando fazem algo, o que elas apoiam de acordo com cada discurso, o que elas entendem sobre o que você ou outras pessoas falam.
Achar que alguém entende a mesma coisa que você ao ver um filme, ouvir uma música, ler uma história ou relato é não entender a complexidade da mente humana, o que parece claro para um pode não ser para outro, o que é certo para um pode não ser certo para outro e assim podemos falar de tudo que existe, mesmo para as coisas mais simples e que parece que todos concordam, pode ser que o que você concorda não seja o mesmo que a outra pessoa parece também concordar.
Alguns exemplos simples: Quem disse que a cor azul que você vê no céu é a mesma cor que outra pessoa enxerga? Ele pode estar vendo o que para você é a cor amarela, mas quando aprendemos as cores alguém mostrou um lápis, desenho ou foto e disse: essa cor é azul e assim ele aprendeu e sempre que ele vê essa cor ele associa a cor azul, mas se a cor que ele acredita ser azul, porque assim aprendeu pode ser qualquer cor, nós não temos como saber que cor realmente ele está vendo. Um som ouvido inicialmente por alguém e ensinado que era um som agradavel, pode ser desagradavel para outra pessoa, como uma música ou voz, por diversas razões, um estímulo sensorial como o vento batendo em sua pele pode ser agradável e parecer refrescante para uns e desagradavel e invasivo para outros.
E isso serve para tudo, das situações mais simples às mais complexas, tudo pode ser visto de formas diferentes do que foi proposto inicialmente por alguém.
Por isso é importante tomar cuidado ao julgar pessoas por seus posicionamentos políticos, religiosos, sociais, econômicos, acadêmicos, familiares entre outros.
Nossa sociedade é regida por normas, leis e regras que vão balizar certo e errado, justo e injusto, o que pode e o que não pode, mas cada pessoa internamente terá suas próprias medidas e aceitação destas normas, leis e regras e portanto entenderá sua forma de atuar no mundo como certa ou errada, como legal ou ilegal.
Viver em sociedade e se colocar no lugar do outro é difícil, mas é necessário para se encontrar o equilíbrio na convivência social, não iremos concordar com tudo, mas poderemos entender de onde vem essa ou aquela fala, atitude ou pensamento e saiba, tem muitas pessoas que lucram e ganham muito com este desequilíbrio e falta de empatia generalizada.
Somente quando nos abrimos para entender e ouvir outras pessoas é que realmente poderemos entender e até julgar em alguns casos o que ela faz, acredita, pensa ou entende da vida, isso leva tempo, disponibilidade e vontade, entender porque o outro é como é, porque pensa como pensa, porque age como age requer um certo grau de sacrifício e paciência, requer ouvir e ver e requer acima de tudo questionar muito, mas este é outro tema.
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