22/01/2024
Essa é a fratura que ocorre entre a cabeça do fêmur e a porção mais longa do fêmur. Essa região é considerada um capítulo à parte por uma questão anatômica importante.
A nutrição da cabeça do fêmur é feita por pequenos vasos que “correm” de baixo pra cima, ou seja, contra a gravidade. Por conta disso, as fraturas dessa região podem romper esses vasos e levar à morte da cabeça do fêmur ocasionando dores e degeneração articular.
Portanto essas fraturas possuem um grande potencial de complicações. As fraturas podem não consolidar (“grudar”), os parafusos podem se soltar ou quebrar e pode ocorrer a morte da cabeça do fêmur, tornando a decisão do tratamento bastante difícil.
As fraturas incompletas e sem desvio tendem a ter um melhor prognóstico porque tendem a romper menos vasos que as fraturas com grande desvio.
Quando a cabeça do fêmur morre, não temos outra opção a fazer senão a realização de uma artroplastia (prótese) do quadril. Nessa cirurgia a gente substitui o quadril por uma prótese metálica para melhorar os sintomas e devolver a autonomia ao paciente.
Sempre que tratamos de tais fraturas temos que levar em consideração muitas variáveis para decidirmos qual o melhor tratamento. Em alguns casos fixamos as fraturas e em outros casos já realizamos a artroplastia como o tratamento definitivo.
Nos pacientes mais jovens e/ou nas fraturas incompletas a tendência maior é de tentar salvar a cabeça e fixar a fratura. Nos pacientes mais idosos e/ou com fraturas muito desviadas, a tendência maior é de já realizar a artroplastia de imediato.
O mais importante nesses casos é a explicação clara e adequada do problema e das opções existentes para que o paciente, o ortopedista e a família decidam qual a melhor estratégia deve ser realizada no tratamento.