PsicoSampas

PsicoSampas Uma página de divulgação da clínica do psicólogo Juan Teixeira. Conteúdos sobre os sentimentos na capital paulista. O nome em si já traduz. O existir humano.

Nobre visitante,

eu sou Juan Teixeira, paulistano, psicólogo e atendo na Rua Haddock Lobo, 578. O PsicoSampas é uma ferramenta que criei para exprimir como eu vejo e me relaciono com essa cidade. O "Psico" do nome, vem de Psicologia. Porém, sem adentrar na etimologia da palavra e caminhando mais pelo lirismo, esse "Psico" carrega a ideia de sentimento, ou sentimentos. Tal qual, muitos de nós cidadãos paulistanos, a letra "S" maiúsculo exerce múltiplas funções. Esclarece a pluralidade de sentimentos humanos de "Psico"e inicia com toda força e grandeza o apelido que Caetano nos brindou descrevendo a nossa cidade. "Sampa"... A que Caetano cantou é uma de milhares, milhões, infinitas. O plural se fez necessário e com dupla jornada novamente, aproveitando-se e puxando várias cadeiras, sendo um convite para a presença de amigos nesta caminhada! O resultado é PsicoSampas, ou Sentimentos do Existir Humano na Cidade de São Paulo. Posto isto, o conteúdo do site e da página no Face carregará essa política e se desvelará de várias formas. Seja muito bem vindo e fique à vontade!

30/04/2021
Cuidem-se.
19/03/2021

Cuidem-se.

Parabéns São Paulo!Cidade onde nasci e cresciQue presto sinceras homenagens em tudo que façoSe quis estudar foi por tiPr...
25/01/2021

Parabéns São Paulo!
Cidade onde nasci e cresci
Que presto sinceras homenagens em tudo que faço
Se quis estudar foi por ti
Pra entender suas mazelas
Te colocar no meu divã
Fazer de ti um lugar melhor
Se fugi de ti, foi pra te entender melhor
E voltar somando experiências.
Te amo e te amo!
São Paulo é meu país!

Estamos de volta as atividades.Faça aquele favor a você mesmo e faça terapia. Se cuidar é o melhor caminho!Apenas venha!...
11/01/2021

Estamos de volta as atividades.

Faça aquele favor a você mesmo e faça terapia. Se cuidar é o melhor caminho!

Apenas venha!

O PsicoSampas é para todos.

Desejando um grande 2021 a todos!!

BOM DIA PAULICÉIAPARTE VII - SaudadesFoto: Texto: ***Depois de beber água e se sentar a pedido de Mamá, Jurandir recobro...
18/12/2020

BOM DIA PAULICÉIA
PARTE VII - Saudades
Foto:
Texto:
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Depois de beber água e se sentar a pedido de Mamá, Jurandir recobrou um pouco sua consciência. A fissura cutucava seus dois ombros ao mesmo tempo.

Mas, mesmo assim, refez o caminho desde quando estava dormindo debaixo do Minhocão. E se lembrou do que o despertou.

Uma saudade de seu amor, do amor como um todo.

"Ma***to entregador com aquele cheiro de bife." Balbuciou para si

Uma dor no peito, pontada forte. Uma carência de não ter ninguém, um mero apoio sequer. De dar um giro na realidade e não ter pra onde ir.

Aquela água o comoveu. Onde estava? Pra onde vou? "Preciso do que preciso! Só isso sei!"

Mamá vendo aquele movimento paranóico, se aproximou.

"Meu velho, segura esse cano que ele assusta os outros"
Era um cano forjado, para defesa e para ataque, na rua não se sabe de onde vem e o que virá.

Segurou, sem pensar.

Quando ambos estavam se levantando chegou um negro baixo, mas que quando se aproximou tinha traços muito suaves em seu rosto para um homem. E se apresentou.

"Iai parcero?! Parceiro do Mamá é meu também, eu sou o Miltinho. Bora ali pro cemitério?"

Eles sabiam que ali sempre tinha comida de oferenda e que dava pra ver se tinham acabado de colocar pelo horário noturno.

Mas, o pulo por ali era por outra razão que Jurandir desconhecia. Sem eira nem beira apenas obedeceu a todo esse movimento que chegou ao seu redor. Na rua quem está para a viração vai fazer o que for para encontrar o seu real alimento.

E os três caminharam sentido ao cemiterio da Consolação. Ao atravessarem, entraram na sala de velório para encher suas garrafas de água como costumeiramente. Miltinho de sobressalto falou:

"Esqueci meu Bic na praça! Ah, vamos lá para buscar"

Voltando, notaram dois moleques fumando maconha vindo na direção contrária.

***

BOM DIA PAULICÉIAPARTE VI - E, agora?Foto:  / Texto:  ***Para mim já estava encerrado o caso, meu prejuízo foi nenhum, h...
11/12/2020

BOM DIA PAULICÉIA
PARTE VI - E, agora?
Foto: /
Texto:

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Para mim já estava encerrado o caso, meu prejuízo foi nenhum, havia visto de frente a mim mesmo. Agradecido estava por estar caminhando e pensando.

De família de militares meu amigo não queria deixar barato. Ele havia perdido a carteira e o celular.

O acompanhei até um posto policial situado ao lado da boca da estação Clínica do metrô, na rua dos vários setores do Hospital das Clínicas.

Ao chegar lá, nos deparamos com um policial obeso que nos desencorajou de dar seguimento ao caso. Meu amigo ia insistir e pela indolência do policial aquilo ativou a vontade de prosseguir com o caso.

“Olha ali não pode passar, por que vocês passaram ali?”... “com a copa do mundo está tendo muitos assaltos, não teremos viatura para o caso de vocês”.

E ali, aguardamos por cerca de uma hora. Ouvindo de em tempos aquele policial com suas frases motivacionais, visando que seu plantão fosse o mais tranquilo possível.

Quando notou que iríamos até o fim, ele cedeu e apos responder no radio, disse que em breve uma viatura iria chegar e os policiais iriam averiguar conosco o local.

Quando ouvi isso pensei: "Averiguar o local? Onde esses caras vão nos levar?”

Com o giroflex aceso e sem sirene encostou uma Palio Weekend pintada.
***

NO DIVÃ: CRACOLÂNDIATexto e foto: ***Fala Toninho, me vê um café com leite!”Ele já sabia que era esse o pedido e vem cam...
08/12/2020

NO DIVÃ: CRACOLÂNDIA
Texto e foto:

***
Fala Toninho, me vê um café com leite!”

Ele já sabia que era esse o pedido e vem caminhando e ruminando como sempre. Sua simpatia portuguesa é única.

“Você viu o que fizeram de novo?”

Me perguntou.

“A polícia veio e soltou bomba e bateu nos nóias aí atrás.”

Seu Bar f**a na esquina da Rio Branco com a Nothmann e dali ele tem uma boa leitura dos fatos diários e principalmente como as coisas andam piorando dia a dia.

Silenciei assoprando o copo, mas a cabeça voou.

A situação ali requer muito esforço e vontade de resolver. Uma reunião das mentes mais brilhantes, com alto investimento daria algum jeito ali?

Não sei.

Penso que a Cracolândia e suas filiais espalhadas em vários lugares recônditos desta cidade e infelizmente em todo o país, como fruto de um sistema que mói pessoas. Um sistema que para se manter aqui, por exemplo, o paulistano sofre dia após dia. Para arcar com suas contas, um leão por dia. Cada um com sua luta.

Uma derrapada e um leque de possibilidades convida para a anestesia e a queda.

Aliás, pode crê que a maioria para aguentar o ritmo sobre humano de sobrevivência tem sua queda, seu escape. Pode ser a cerveja tomada a mais, ou as pizzas e xisburgueres a mais, ou sua maconha ou sua co***na, quiçá?! Aquele quebra que sustenta a rotina e é levado em banho maria.

Coisas que entram na vida do paulistano sorrateiramente e f**am lá dando suporte e ilusão de saúde mental para suportar o tranco. Viciado? Compulsivo? Paranóico? Obsessivo? JAMAIS!

O que não se nota é que pra alguns a estrutura é pior e pra se sustentar é necessário mais anestesia. A sociedade vai empurrando para esse caminho muita gente todos os dias, muita gente está a beira do colapso, todos os dias.

“Ronaldinho!” a voz grave do Toninho interrompe meu raciocínio.

Olho, e ele servindo torresmo para o cachorro. Fato cotidiano do convívio deles.

Acaba meu café, o fiado já tá anotado. Triste e com pressa atravesso a Av. Rio Branco para pegar o 9501.
***

08/12/2020

Agradeço as pessoas que acreditaram, compartilharam e fizeram a mensagem chegar a quem estava necessitando.

Seguimos à disposição em modo popular e particular.

Façam terapia!

BOM DIA PAULICÉIAPARTE V - DesacelerarFoto:  Romulo SantanaTexto:  Juan Teixeira***Ali no final da Angelica, ao chegar n...
04/12/2020

BOM DIA PAULICÉIA
PARTE V - Desacelerar
Foto: Romulo Santana
Texto: Juan Teixeira

***

Ali no final da Angelica, ao chegar na praça ouviu:

“Ei malandragem?!”

Aquele voz grave, veterana, tinha um tom único, de alerta professoral.

Dentro das profundezas de sua angústia, foi como um anzol. Fisgado para fora do lodo de seus pensamentos.

Era o Mamá, tinha visto ele ontem na viração da Luz, não se recorda de ter conversado com ele, e teve um flash de memoria com a imagem da face dele bem próximo ao seu rosto falando, mas não se lembra do que.

“Chega aí!”

E assim, mudando de rumo, chegou ao camarada que estava sentando em um dos bancos.

Ao se aproximar reconheceu o brilho do ser, com aquela elegância única, mesmo descalço e com a calça na canela, estiloso como era. Exclusivo para os que se aceitam como são.

Bem próximo viu a mão estendida e entendeu que era para receber algo.

Uma garrafa de água? Suspeitou que era cachaça, e logo desconsiderou quando viu a garrafa de coca 2 litros e não uma barrigudinha.

Bebeu a água sem imaginar que a sua real necessidade era essa. Água. Quando havia sido o último gole? Não se recordava.

“Senta aí bravão, desacelera”

Apenas obedeceu.
***

Psicosampas INDICA:Livro: Contos ReunidosAutor: João AntonioDica: Lucas Tomaz de Aquino
03/12/2020

Psicosampas INDICA:
Livro: Contos Reunidos
Autor: João Antonio
Dica: Lucas Tomaz de Aquino

NO DIVÃ: A Nociva Ansiedade PaulistanaTexto: Foto: Arthur Vieira***"Fala chefe, gostou do resultado?""Chefão, nem sei o ...
01/12/2020

NO DIVÃ: A Nociva Ansiedade Paulistana
Texto:
Foto: Arthur Vieira

***
"Fala chefe, gostou do resultado?"

"Chefão, nem sei o que dizer? A gente que vive pelas bordas da cidade sabe que ela está piorando, que está cada vez mais difícil para todo mundo. Mas, democracia é isso e o voto disse isso nas urnas.

Há um sentimento de mudança, claro que há.

Por mais básico que isso possa parecer, o nosso candidato em toda sua campanha foi educado, respeitoso e, inclusive, quando perdeu foi cordial. Deveríamos enaltecer isso? Sim, claro que sim, nos últimos tempos a grosseria ganhou protagonismo, então o retorno ao básico deve ser exaltado.

Parece que o povo precisava colocar para fora seu ódio, ainda não sabemos muito bem as razões, mas ele foi liberado em figuras políticas. Mas, após um momento de extravasamento, a calma tende a voltar a seu estado.

Acho que por isso o discurso confiante e educado ganhou novos adeptos, ele está de acordo com um sentimento da população.

As vezes sinto que há uma força muito grande dentro da sociedade ultra capitalista paulistana que impede de festejar a vitória do outro, de conseguir pensar coletivamente. O que faz com que haja ainda um investimento em derrubar o outro, por mais maluco que isso seja, afinal se alguém compartilha o mesmo espaço com alguém em más condições, ambos estarão em más condições.

Mas, isso não parece importar, o que importa é o “outro” não estar melhor do que “eu”, mesmo que esse “eu” esteja mal.

Essa filosofia que paira em todos os cantos não é dita e muito menos tratada.

Quando pensamos racionalmente, a quantidade de votos direcionados para quem pouco faz para quem precisa, podemos tentar crer que há outras razões além das razões racionais.

Uma sociedade muito adoecida, aonde para dar espaço para o outro melhorar, é necessário esperar. Mas, como fazer uma parcela da sociedade esperar em uma cidade movida pela pressa infinita?

Eu não sei.

O termômetro é a quantidade de pessoas que estão vivendo nas ruas. Recusar ou ceder esmolas é pratica cotidiana de qualquer paulistano que caminhe pelas ruas."

No pires de ferro a melhor mortadela da cidade é servida.

"Vamo lá chefe, vai uma coca?"
***

BOM DIA PAULICÉIAParte IV: O DesesperoFoto: Texto:  ***Cheio de angústia levantou atrás do que precisava, recolheu suas ...
27/11/2020

BOM DIA PAULICÉIA

Parte IV: O Desespero
Foto:
Texto:

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Cheio de angústia levantou atrás do que precisava, recolheu suas coisas, estava quebrado. Não tinha um centavo e precisava arrumar algum.

Fechou suas coisas com um nó na sacola plástica, botou seu cobertor nas costas e seguiu caminhando.

Imaginou:

“Desço pra Luz? Não, não dá, lá tá demais. Não posso ir pra lá, já consegui sair de lá ontem. Mas, preciso de mais. O centro tá zuado com essa Copa. Vou subir lá pra Paulista memo”.

A caminhada era de muitos e muitos quilômetros, mas para quem vive na rua a dimensão é outra, como se certos pontos estratégicos de escape fossem os cômodos de sua imensa casa. A distância da sala para o quarto se torna outra.

Vagando pela Av. Amaral Gurgel, disputando com tantos outros, em situação similar, uma mísera moeda dos apressados cidadãos que passeavam.

Seguiu até o acesso à Consolação e começou a subida, mais adiante beirando o muro do cemitério, ali já mais sem tanta gente para pedir, era uma figura que se misturava com o cenário decadente da capital.

Mas, a cada passo nesse sentido a cidade vai se mostrando mais moderna, mais rica, mais bela, mais inacessível. Mas, o cenário nem o abala mais, é apenas uma moldura de seus caminhos. O que ele precisava estava ali embaixo dos viadutos da avenida mais rica da américa latina.

Ao chegar na Paulista tenta descolar algum trocado, sem sucesso. Muita gente pedindo também. Desiste logo. Vai embora atravessa a Consolação de volta e no sinal verde, sem nada a perder disputa com ônibus, carros e motos a rua tão mais dele que de todos, e atravessa sabe se lá como, para espanto e gritos das pessoas que aguardavam o sinal fechar.

Vai tentar descolar o que precisa do jeito que der, os calafrios que sobem pelas costas e repuxam a nuca denunciam o desespero da necessidade.

***

NO DIVÃ: Diego Armando MaradonaFoto: Terceiro Tempo/UOLTexto: ****Estava em casa certo dia quando meu pai chegou e me di...
25/11/2020

NO DIVÃ: Diego Armando Maradona

Foto: Terceiro Tempo/UOL
Texto:
****

Estava em casa certo dia quando meu pai chegou e me disse:

“Filho, sábado vamos no Morumbi.”

Isso era comum e recorrente em minha vida, ainda mais nos inícios dos anos 90 quando o São Paulo estava ganhando tudo. Era o time de Raí e Telê e havíamos acabado de ganhar do Barcelona, na final do mundial em 1992.

“Vamos, pai, claro que jogo que é?”

Ele sacudindo o jornal disse:

"Não importa o jogo, você precisa conhecer alguém".

Fiquei maluco de curiosidade, como uma criança ansiosa que era, mas meu pai não quis contar. Disse que lá eu veria.

Fiquei imaginando que havíamos contratado algum jogador, ou, se íamos encontrar algum amigo para ir ao estádio.

A semana passou e meu pai extasiado, já tinha ido comprar os ingressos no Morumbi e chegou com eles em casa. Feliz demais.

Aquilo me intrigava muito, algo de muito importante estava para acontecer, não era possível.

“Pô, pai fala aí!” pertubei mais um pouco para saber.

Ele soltou:
"É um amistoso para entregarem as faixas de campeão mundial!"

Mas, parecia que havia algo mais.

Ao chegar no Morumbi em uma tarde ensolarada ele esperou o adversário entrar, era o Sevilla da Espanha e o camisa 10, um baixo meio gordo ele apontou e disse:

“Filho, aquele é o Maradona!”

Eu não conhecia muito bem ele e fixei meu olho nele, realmente era habilidoso, diferente.

Mas, aos 9 anos não há espaço para outros diante de seu time campeão mundial.

Ao terminar o jogo eu bradei a plenos pulmões:

“O Raí é muito melhor ele fez os dois gols e o Maradona só chutou uma na trave, dá licença!!”

Meu pai sorriu com meu fanatismo cego. Me abraçou e ajoelhou para conversar comigo, com a mão no meu peito disse:

“Filho, você viu Deus ao vivo e isso está registrado em seu coração, algum dia você vai entender o que foi esse dia.”

Hoje entendi.

Adiós Diego! Gracias por todo.
***

A coluna NO DIVÃ aparecerá por aqui tratando sobre pessoas e situações.

24/11/2020

ATENDIMENTO ONLINE DE GRAÇA!
A partir do dia 01/12/2020.
***

Visando atenuar os efeitos da pandemia que ainda insiste em permanecer, vou retomar o projeto gratuito de Março à Agosto.

Foi uma experiência bem importante, agradeço a todos que procuraram o serviço e que apoiaram essa iniciativa!

O fato de ser online oferece um acesso mais amplo, independente de onde a pessoa esteja situada.

Espero contribuir a quem necessitar!

Fico a disposição para agendamentos e dúvidas.

Envie sua mensagem por direct ou se quiser pelo email psicosampas@gmail.com

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Acompanhe o PsicoSampas.


BOM DIA PAULICÉIAParte III - O RouboFoto: Rômulo SantanaTexto: Juan TeixeiraEu e ele queríamos viver. O desespero humano...
19/11/2020

BOM DIA PAULICÉIA
Parte III - O Roubo
Foto: Rômulo Santana
Texto: Juan Teixeira
Eu e ele queríamos viver. O desespero humano atingia a mime a ele, erámos cúmplices de um crime muito maior. De um contexto que impede que eu e ele transitássemos pela mesma calçada em paz. Cada um buscando sua sobrevivência, um encontro de angustiados desejosos de uma vida melhor fugindo da realidade, arriscando tudo pelo esgotamento que assola cada cidadão desta cidade.

Nesse ínterim, senti uma espécie de revista, mãos nos meus bolsos, que me trouxe de volta a cena. Quando vi meu colega, notei que já haviam realizado essa tarefa nele. Neguei a entrada da mão em meu bolso, porém senti que deveria me desprender algo para me livrar da situação. Eu tinha um celular bem velho e ouvi ele, o próprio celular, dizendo que queria se sacrif**ar por nós. Minha carteira não era tema de discussão. Não iria entregar.

Ao ceder meu celular uma volúpia me tomou, um turbilhão acendeu em mim e entendi que aquele diálogo deveria cessar. Sem mais nem menos iniciei uma corrida sentido as hamburgueria e a luz que elas traziam. Imaginei que meu colega entenderia o contexto. Porém ele ficou. E tive que retornar, chamei com força e ele então se desvencilhou e veio.

Perguntei se estávamos bem e o que havíamos perdido. Ele disse a carteira e o celular.

Ao caminhar um pouco um morador do prédio notou a afobação e disse, pode ir pra polícia e dizer que quem roubou foi a “sapatãozinha”.

Bom Dia PaulicéiaTexto: Juan TeixeiraFotos: Rômulo SantanaParte II***Dizem que lá embaixo da Rebouças com a Consolação, ...
13/11/2020

Bom Dia Paulicéia
Texto: Juan Teixeira
Fotos: Rômulo Santana
Parte II
***

Dizem que lá embaixo da Rebouças com a Consolação, n’aquele túnel que desemboca na Paulista, existe uma Cracolândia, eu nunca soube. Certa vez durante a Copa do Mundo de 2014 no meio daqueles imensos festejos que ocorriam na cidade durante as partidas, passei por ali.

Com um colega estávamos vindo do Anhangabaú para lá, acendemos um baseado bem ao final da Angélica e fomos caminhando rente pela calçada sentido a Dr. Arnaldo.

Com a cabeça feita e bem tranquilos notamos na caminhada em sentido contrário três pessoas com trapos e não roupas. Nada de incomum nessa cidade. Ao ver a movimentação duvidosa, a paranóia subiu, a brisa foi roubada. O que vai rolar?

A caminhada seguiu e cada passo se tornou pesado, eles de lá e nós de cá, havia algo a se revelar em breve.

Ao se aproximar uma voz grave, gutural, ecoou. “Tem um cigarro?”. A resposta foi negativa. E então eles passaram. Uma certo alívio foi sentido, o sobressalto e o alívio de quem caminha a pé por essa cidade. Esse vai e vem constante. No caso a comemoração da vitória veio cedo demais, o juiz não tinha apito o final da peleja.

Na volta a voz gutural ecoou, só que mais perto. E ao olhar para direita, só vi um cano. Perfeitamente apontado em meu rosto, eu via a escuridão e sentia o cheiro de queimado do que seria o caminho do projétil invadindo minha massa encefálica.

Não entendi o que ele havia dito, a voz rouca não permitia que certas notas do timbre vocal fossem completadas.

Mas, o sinal em minha frente era claro. Por um instante não temi, imaginei a chama flamejante de uma bala explodindo minha cabeça e pensei que poderia ir desse mundo em meio a Copa do Mundo. Imaginei que essa era a sina e que nada poderia ser feito.

Porém quando recobrei minha sanidade com o retorno do sobressalto, tão comum desta cidade, notei que aquele ser humano também tinha medo. Um medo sombrio, eu o observei em meio as sombras da rua, o braço já não estava tão firme e sua ameaça tremia. Me senti cômodo. Coloquei a mão no cano e disse que ele não queria fazer aquilo. O homem também se tranquilizou apesar de proferir algumas palavras de ordem.
****

Olha nós aí!! Hahah seguindo na batalha! Forte abraço em todos!!
06/11/2020

Olha nós aí!! Hahah seguindo na batalha! Forte abraço em todos!!

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