10/11/2024
Aumento da Prevalência do TDAH: Diagnóstico Excessivo ou Conscientização?
Nos últimos anos, a prevalência do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem aumentado de forma consistente. Esse crescimento levanta um debate importante sobre as causas dessa tendência: estariam os diagnósticos sendo feitos em excesso, levando a uma prescrição elevada de medicamentos estimulantes, ou o aumento reflete uma maior conscientização e reconhecimento do TDAH, especialmente em populações que antes eram sub-representadas?
Para entender o contexto, é útil olhar para a história do TDAH e a evolução dos critérios diagnósticos. Desde os primeiros conceitos de alteração da atenção e hiperatividade, registrados nos séculos XIX e XX, até sua inclusão oficial no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), a definição de TDAH passou por mudanças significativas. Essas mudanças, ao longo do tempo, ampliaram o escopo do diagnóstico, o que contribui para o aumento dos casos registrados. No entanto, essa expansão não é o único fator responsável pelo crescimento da prevalência.
Outro aspecto importante é o aumento da conscientização sobre o TDAH, tanto entre médicos quanto no público em geral. Esse conhecimento mais difundido tem ajudado a detectar casos que antes poderiam passar despercebidos, especialmente em grupos tradicionalmente menos diagnosticados, como minorias e mulheres. No entanto, mesmo com esse avanço, ainda há disparidades no diagnóstico, com esses grupos permanecendo sub-representados nos diagnósticos formais de TDAH.
Quando o TDAH não é reconhecido e tratado, as consequências podem ser significativas, afetando a vida social, as relações interpessoais e o desempenho profissional dos pacientes. Por isso, é fundamental realizar uma avaliação cuidadosa e precisa, com um diagnóstico bem fundamentado e um tratamento adequado, que possam realmente fazer a diferença na vida do paciente.
Esse é um tema relevante para discussão e reflexão sobre o equilíbrio entre diagnóstico excessivo e diagnóstico insuficiente, e sobre como encontrar formas de garantir um acesso mais equitativo ao diagnóstico e tratamento do TDAH.