03/03/2023
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DÍVIDA 🩺 'Há algumas semanas, uma reportagem do tinha o certeiro título de 'Metade do mundo tem um clitóris, mas a ciência ainda ignora este órgão feminino'', escreve a colunista . 'No livro Unwell Women – mulheres que não estão bem, em tradução livre –, a historiadora britânica Elinor Cleghorn vai além e mostra que, quando o tema é saúde da mulher, o problema extrapola – e muito – o desconhecimento sobre o clitóris. Segundo ela, o sexismo sustenta a prática médica desde Hipócrates. “A Medicina absorveu e reforçou divisões de gênero socialmente construídas num mundo dominado por homens.
Distúrbio que pode causar fortes cólicas e sangramentos, a endometriose foi descrita mais detalhadamente em 1920, apesar dos sintomas já frequentarem a literatura médica havia séculos. Eram, porém, tidos por muitos médicos como expressões físicas de sofrimento emocional. Hoje ela atinge uma em cada dez mulheres no mundo, mas ainda leva em média de seis a dez anos para ser corretamente diagnosticada.
Nem famosas escapam. A tenista Serena Williams, por exemplo, teve problemas no parto em 2017. Com dificuldade para respirar, pediu uma tomografia porque tinha tido embolia pulmonar anos antes. Acharam que ela delirava por causa da medicação e optaram por um ultrassom, que não mostrou nada. Quando finalmente realizaram a tomografia, foi detectado coágulo numa artéria do pulmão.
“A Medicina deve ouvir e acreditar nos nossos testemunhos sobre nosso próprio corpo e usar tempo e dinheiro para resolver mistérios médicos,” diz Elinor.