12/10/2025
Desde que meu filho chegou, a criança que um dia eu fui começou a despertar dentro de mim.
Ela, que por tanto tempo ficou quietinha, agora reaprende a brincar, a rir sem motivo, a se encantar com o simples — com o barulho da chuva, o vento no rosto, o cheiro da terra molhada.
Ele me ensina todos os dias que o colo que ofereço é também o colo que minha criança esperava.
Que, ao cuidar dele com presença e amor, estou cuidando das partes de mim que um dia se sentiram sozinhas, com medo ou esquecidas.
Brincar com ele é reencontrar o tempo da leveza.
É lembrar que a vida não precisa ser sempre séria, que o agora é o lugar onde mora a alegria.
Nos seus olhos, vejo o reflexo da minha pureza, da minha curiosidade, da minha fé nas pequenas coisas.
Ser mãe (ou pai) é uma oportunidade sagrada de cura.
Cada abraço é um remendo na alma.
Cada gargalhada compartilhada é uma libertação.
Cada “eu te amo” é também um “eu me amo” que volta do passado, curando camadas antigas.
Hoje, no Dia das Crianças, celebro não só a infância do meu filho,
mas também a minha — que renasce a cada gesto de amor,
a cada brincadeira, a cada momento em que escolho estar presente.
Porque quando me permito viver a infância dele de corpo e alma,
minha própria criança interior sorri, finalmente acolhida.