Fernanda Gallucci Psicóloga Clínica

Fernanda Gallucci Psicóloga Clínica Atendimento psicológico clínico para adolescentes e adultos orientado pela abordagem psicanalítica.

"Que tipo de ra***ta sou eu? A pergunta foi feita pela psicanalista Isildinha Baptista Nogueira em um evento da SP Escol...
12/02/2025

"Que tipo de ra***ta sou eu?

A pergunta foi feita pela psicanalista Isildinha Baptista Nogueira em um evento da SP Escola de Teatro.

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Reparar não é apenas trocar o fenótipo ou o gênero dos que estão no poder por outros que assumam o mesmo papel, fazendo o rodízio entre opressores e oprimidos. É questionar as próprias estruturas de poder, o capitalismo, que muitos insistem em dizer que é o único arranjo social possível —como se fosse algo dado pela natureza, e não inventado por nós. A pergunta sobre o que seria uma alternativa a ele não foi satisfatoriamente respondida até aqui, mas nosso maior compromisso é não desistir de encontrar respostas para ela.

Os estudos sobre saúde mental são unânimes ao apontar que nunca fomos tão emocionalmente miseráveis. O utilitarismo nos laços sociais, a desconfiança generalizada e a incomunicabilidade da era digital se mostram fatais na esfera pessoal. O capitalismo venceu colocando tudo de mais valioso a perder.

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Não deixaremos de ser brancos, não mudaremos nosso gênero e, muito provavelmente, não mudaremos nossa classe. A questão é: poderemos, ainda assim, nos implicar e nos responsabilizar pelos efeitos desses marcadores em nós e nos outros? Poderemos fazer frente ao cinismo individualista do mercado e nos unir na luta para que direitos não sigam sendo privilégios?

Temo que ainda não estejamos sequer à altura da pergunta de Isildinha."

Texto de .iaconelli na Folha de S. Paulo em 11 de fevereiro de 2025.
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Vale MUITO a leitura!"Que tipo de ra***ta sou eu?A pergunta foi feita pela psicanalista Isildinha Baptista Nogueira em u...
12/02/2025

Vale MUITO a leitura!

"Que tipo de ra***ta sou eu?

A pergunta foi feita pela psicanalista Isildinha Baptista Nogueira em um evento da SP Escola de Teatro.

Mulher negra em um ambiente eminentemente branco e elitista, Isildinha tornou-se mestre em psicologia pela PUC e doutora pela USP nas décadas de 1980-90. Fez sua formação como psicanalista na prestigiada Fédération des Ateliers de Psychanalyse, onde trabalhou junto a Françoise Dolto, Maud Mannoni, Félix Guattari e outros autores consagrados. Foi indicada ao Prêmio Jabuti por seu livro "A Cor do Inconsciente" (Perspectiva, 2021) e mantém uma rotina intensa entre a clínica e as palestras no Brasil e no exterior.

A pergunta não exime quem a fez do problema, já que não se trata de apontar dedos para quem seria ou não ra***ta, mas de questionar o que fazemos com esse fato inconteste. Ou seja, o fato de que nos medimos pela cor, pelo gênero e pela classe. A pergunta, portanto, é ética.

Formulada assim, ela se torna um antídoto para a ideia de que, sendo o racismo e a misoginia estruturais, não haveria o que fazer com eles. Como se o primeiro passo —admitir que há racismo— fosse também o último, pois, paralisados nessa constatação, chafurdaríamos diante do irreparável.

Nem tudo é reparável, mas aquilo que pode ser reparado deve sê-lo. Não apagaremos 500 anos de violência, nos quais a variedade fenotípica da espécie foi usada como justificativa para que uns escravizassem outros. Mas podemos contar essa história nas escolas para que as crianças reconheçam que se trata de uma invenção humana tenebrosa, que nos afeta até hoje, e não um acontecimento superado ou natural. Também é fundamental o resgate da cultura, da história e do conhecimento dos que vêm sendo subjugados.

Reparar não é apenas trocar o fenótipo ou o gênero dos que estão no poder por outros que assumam o mesmo papel, fazendo o rodízio entre opressores e oprimidos. É questionar as próprias estruturas de poder, o capitalismo, que muitos insistem em dizer que é o único arranjo social possível —como se fosse algo dado pela natureza, e não inventado por nós. A pergunta sobre o que seria uma alternativa a ele não foi satisfatoriamente respondida até aqui, mas nosso maior compromisso é não desistir de encontrar respostas para ela.

Os estudos sobre saúde mental são unânimes ao apontar que nunca fomos tão emocionalmente miseráveis. O utilitarismo nos laços sociais, a desconfiança generalizada e a incomunicabilidade da era digital se mostram fatais na esfera pessoal. O capitalismo venceu colocando tudo de mais valioso a perder.

Isildinha, esse farol de nosso tempo, quer saber que tipo de ra***tas somos. Para enfrentar essa convocação, precisamos reconhecer as artimanhas diárias que usamos para manter nosso lugar de poder —esse poder que nos desumaniza e nos faz sofrer.

Não deixaremos de ser brancos, não mudaremos nosso gênero e, muito provavelmente, não mudaremos nossa classe. A questão é: poderemos, ainda assim, nos implicar e nos responsabilizar pelos efeitos desses marcadores em nós e nos outros? Poderemos fazer frente ao cinismo individualista do mercado e nos unir na luta para que direitos não sigam sendo privilégios?

Temo que ainda não estejamos sequer à altura da pergunta de Isildinha."

Texto de Vera Iaconelli para a Folha de S. Paulo em 11 de fevereiro de 2025.

Os Conselhos Federal (CFP) e Regionais (CRPs), que integram o Sistema Conselhos de Psicologia, apoiam o fim da jornada d...
14/11/2024

Os Conselhos Federal (CFP) e Regionais (CRPs), que integram o Sistema Conselhos de Psicologia, apoiam o fim da jornada de trabalho organizada na “escala 6×1”, defendendo assim a ampliação de direitos, como a jornada de 30 horas e a remuneração salarial digna a todas as trabalhadoras e trabalhadores.
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“Quando as condições, regras e leis relativas ao trabalhar não permitem, parcial ou totalmente, a dignidade do trabalho e um trabalho digno, elas não cumprem nem os princípios constitucionais brasileiros, nem estão em sintonia com os preceitos éticos da Psicologia”.

Ser pesquisadora da PUC/SP ao longo desse tempo tem sido uma grande vivência! Integrar essa mesa foi interessante!Estuda...
12/11/2024

Ser pesquisadora da PUC/SP ao longo desse tempo tem sido uma grande vivência! Integrar essa mesa foi interessante!
Estudar é minha paixão e eu nunca parei desde sempre e referente à ciência da minha profissão, desde que me sentei na Universidade no primeiro dia da graduação não parei um dia sequer de estudar, fazer pesquisa, pós-graduação, me qualificar, integrar grupos de estudos e formações das mais qualificadas.
E ser pesquisadora nesse grupo, tem sido novo e diferente e, nesse caso, ao lado do diferente.
10 de novembro de 2024.

"As vidas das mulheres, ao longo dos séculos, foram marcadas por arbitrariedades políticas e sociais, sustentadas em pro...
07/11/2024

"As vidas das mulheres, ao longo dos séculos, foram marcadas por arbitrariedades políticas e sociais, sustentadas em processos de exploração, dominação e opressão que levaram, em distintos momentos, à produção de um governo específico sobre as mulheres. 
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Para construirmos novos horizontes sociais e no campo de nossa ciência e profissão, devemos pluralizar a noção de mulheres e lembrarmos a multiplicidade, a diversidade e a desigualdade que expressam esta posição. 
Não há como falar sobre mulheres sem reconhecer as condições objetivas e subjetivas de vidas e suas desigualdades. Ainda construímos teorias e políticas considerando uma mulher padronizada: branca, de classe média, cisgênera, heterossexual, adulta e magra. 
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As mulheres são muitas, são diversas e estão em luta por um mundo mais justo, humano e equitativo, para que possamos pensar nas mulheres e na política a partir de construções emancipatórias que respeitem e legitimem a interseccionalidade como um horizonte, que os espaços da política também sejam equitativamente ocupados por mulheres.
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Cumprir estes princípios, reconhecendo e nos responsabilizando criticamente por nossa realidade política, econômica, social e cultural, é um dever. Dessa forma, psicólogas, psicólogos e psicólogues, vamos juntas numa luta comum de toda a sociedade: a luta pelas vidas das mulheres, a luta pelo fim de uma política machista, ra***ta, capacitista e genocida entranhada em nosso tempo!"
(Trechos de um texto do CRP/SP contido em: https://www.crpsp.org/noticia/view/2831/08-de-marco-dia-internacional-da-mulher )

Aproveito e faço um chamamento à todas nós mulheres, homens e leitores do texto: ABAIXO AO MACHISMO E AS MAIS DIVERSAS FORMAS DE CALAR E TORNAR INVISÍVEL UMA MULHER!

VAMOS, JUNTOS, LUTAR CONTRA O MACHISMO A TODO TEMPO!

Presença confirmada, com muito orgulho, da psicóloga e pesquisadora da PUC/SP do  , a Fernanda Gallucci, para o debate d...
04/11/2024

Presença confirmada, com muito orgulho, da psicóloga e pesquisadora da PUC/SP do , a Fernanda Gallucci, para o debate da programação.

Cuide-se
11/09/2024

Cuide-se

Está acontecendo a campanha de vacinação contra gripe!Abril de 2024.
16/04/2024

Está acontecendo a campanha de vacinação contra gripe!
Abril de 2024.

É com muito prazer que comunico minha entrada como pesquisadora neste conceituado laboratório da também conceituadíssima...
21/02/2024

É com muito prazer que comunico minha entrada como pesquisadora neste conceituado laboratório da também conceituadíssima Universidade PUC de São Paulo.

Meu grupo de pesquisa se intitula: "A crise do Amadurecimento na Contemporaneidade".

Aproveitando, nesta quinta-feira, amanhã, dia 22 de fevereiro de 2024, faremos uma aula aberta ao público via zoom, às 19h00.

Você é nosso convidado!

Obrigada à colega da página  que nos trouxe essa linda reflexão...
14/12/2023

Obrigada à colega da página que nos trouxe essa linda reflexão...

2024 chegando...!🦋
04/12/2023

2024 chegando...!🦋

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