
26/08/2025
O estudo PEACE V–STORM, um ECR aberto fase 2, avaliou se pacientes com câncer de próstata e recidiva oligometastática em linfonodos pélvicos detectada por PET apresentavam melhores desfechos com radioterapia eletiva nodal (ENRT – 45 Gy em 25 frações, com boost até 65 Gy nos linfonodos positivos) em comparação à terapia direcionada às metástases (MDT – 30 Gy em 3 frações), ambas associadas a 6 meses de ADT. Foram incluídos 190 homens, todos com até 5 linfonodos acometidos e histórico de tratamento radical prévio. O desfecho primário foi sobrevida livre de metástases (MFS), com significância estatística para p ≤0,20.
Após mediana de 50 meses de seguimento, a MFS em 4 anos foi de 63% no grupo MDT e 76% no grupo ENRT (HR 0,62, p = 0,063). Também houve benefício em sobrevida livre de recidiva bioquímica (57% vs. 41%), locorregional (85% vs. 62%) e maior tempo livre de nova ADT (77% vs. 60%). O padrão de recorrência no MDT foi majoritariamente locorregional, sugerindo que a sensibilidade do PET, embora elevada, pode não detectar todas as lesões iniciais, favorecendo o ENRT.
Os eventos adversos grau ≥3 mais comuns foram incontinência urinária (6% MDT vs. 10% ENRT) e diarreia (1% vs. 2%), sem diferença estatística. A inclusão do leito prostático aumentou toxicidade urinária e gastrointestinal, mas reduziu recidivas locais. Não houve mortes relacionadas ao tratamento.
O estudo conclui que o ENRT reduz recorrências pélvicas em 13% em 4 anos e retarda a progressão sistêmica, sem aumento expressivo de toxicidade. Embora o MDT ofereça conveniência e menor irradiação, sua eficácia isolada é limitada. Para recidivas nodais pélvicas oligometastáticas, ENRT combinado à ADT se apresenta como padrão terapêutico. Estudos fase 3 em andamento, como o POINTER-PC, devem confirmar esses achados.
O artigo pode ser acessado em: https://doi.org/10.1016/S1470-2045(25)00197-4
Dra. Victoria Barboza
Médica Radio-oncologista
Instituto de Oncologia do Vale - São José dos Campos
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