18/01/2023
Trata-se de um discurso com uma Ética diferente da Psicologia. E o que seria isso? A Ética do desejo.
A primeira diferença entre Psicologia e Psicanálise e que esta última se trata de uma abordagem singular onde o objeto principal de trabalho é o inconsciente e suas manifestações.
Diferente da Psicologia, a Psicanálise vai se ater exclusivamente com os conteúdos e processos inconscientes, o que não signifique que a Psicanálise não considere o comportamento, os pensamentos e os sentimentos, mas a ideia é que o inconsciente é o lugar de onde tudo surge e de onde acontecem os desdobramentos e os seus efeitos: sintomas, comportamentos, sensações.
Portanto, se estamos falando de um inconsciente que é particular, de cada um, assim como são as nossas digitais, o processo analítico não se submete ao enquadre de regras, aqui o que interessa é de outra ordem.
É para além do sintoma, o que não significa que os sintomas não importam, ou que eles não tragam informações importantes, mas que para além dos comportamentos e destes sintomas há algo: “não é a dor de cabeça, mas o que esta dor de cabeça representa, o que ela significa. Inclusive é muito possível que ao longo das sessões a dor diminua, as crises de ansiedade desapareçam, mas não é aí que o trabalho se encerra. Não? Não! Não é a remissão do sintoma, mas o que há nesse sintoma que foi elegido como forma de sofrimento no momento de uma falta de palavras e de simbolização.
O singular, o caso a caso, a particularidade... desde Freud, é assim que a Psicanálise trabalha, no um-a-um. É justamente por isso, que dinheiro e tempo tambem são tratados de maneiras diferentes nas sessões de Psicanálise e se distanciam de uma terapia convencional.
Em um processo de análise, o analista não ocupa um lugar de mestre, de dar respostas. A psicanálise não trabalha com psicoeducação, pois não se trata de um tratamento por sugestão; o analista direciona a análise, não o analisante.
O Tratamento psicanalítico faz um outro caminho: menos respostas, mais perguntas, menos regras e mais construção própria.
Um lugar onde o paciente se depara com a falta de respostas, e sendo assim, passa ele mesmo a produzi-las.