19/06/2024
Texto escrito em 2015 sobre a cantora Maysa
É POSSÍVEL TER UM RELACIONAMENTO QUE AJUDE O PACIENTE BORDERLINE A MELHORAR?
Eu sempre achei que os relacionamentos eram os culpados pelo fracasso do tratamento do Transtorno Borderline.
Ao ler a biografia da cantora Maysa, quis reler a passagem sobre o relacionamento que ela teve com o ator Carlos Alberto. Ele, um Rosa-Cruz, pessoa muito culta,mas muito sofrida. Antes de se envolver com a cantora,tinha tido o primeiro casamento com uma americana que o abandonou,e levou a filha embora para os Estados Unidos,sem dar notícias ,nunca mais.
Depois,teve um segundo casamento,igualmente infeliz.
O terceiro,com a atriz Yoná Magalhães,terminara,exatamente quando o ator conheceu a cantora Maysa e se aproximou dela.
O fato de Carlos Alberto ser muito espiritualizado,calmo, culto,gostar de música erudita (aqui quero ressaltar a importância de escutar boa música,pois quem estuda música, sabe que a música erudita é considerada a de melhor qualidade em termos espirituais,pelos próprios musicólogos ,e aqui,não entra nenhum preconceito meu em relação à gênero de música, mas em relação à qualidade.
Bach,por exemplo, é considerado até hoje,o mais perfeito compositor de todos os tempos,pois não foi encontrado um erro sequer em suas composições,)
Mas,voltando á Maysa e o relacionamento com Carlos Alberto.
Eles f**aram juntos durante algum tempo, e o temperamento difícil da cantora não resistiu a um relacionamento que poderia ter trazido à ela estabilidade emocional,
Ela traiu o ator com o maestro Júlio Medaglia.
Estaria ela viciada em brigas e agressões? E aqui, faço uma pausa para fazer alguns relatos sobre os outros relacionamentos que a cantora teve.
Maysa havia sido casada com o empresário André Matarazzo e ela achava que tinha sido traída por ele.
Sempre achou que foi traída em todos os seus relacionamentos, e chegou a ter ciúmes da própria mãe com o marido,segundo foi relatado em sua biografia.
O seu relacionamento com o compositor Ronaldo Bõscoli foi famoso pelas brigas homéricas que os dois tinham em público. Bebedeiras, tapas que trocavam,mas voltavam a se encontrar e fazer as pazes.
Ela vivia assim e aparentemente, gostava de viver assim. De forma frenética e bruta. Batia e arranhava Bôscoli por causa de suas conquistas amorosas, mas sempre tinham recaídas.
Então,por que motivo ela voltaria a se encontrar com um homem que a desvalorizaca como mulher, a chamava de gorda pelas costas, se aproveitava de seu talento,mas depois de trocarem insultos,quebrarem quartos de hotéis, e se baterem em público,tinham suas recaídas e f**avam juntos novamente,em romance de alcova?
Qual a necessidade masoquista que era satisfeita nessa relação e nas outras,que a deixavam cega de ciúmes?
É uma coisa que me pergunto,pois os relacionamentos calmos e serenos não são coisa que atraia quem tem transtorno borderline, pelo tipo de personalidade expansiva( os explosivos), teatral e muitas vezes, e aqui, não está nenhum julgamento também, mas apenas uma constatação,entra o lado da diversif**ação de parceiros , numa eterna busca pela novidade e parceiro ideal e,que não suporta viver sem emoção. Ao mesmo tempo que tem horror de ser abandonado e não ser amado,faz de tudo para deixar de sè-lo. É o auto-boicote.
E funciona perfeitamente.
Não só em relacionamentos. Mas,em qualquer relação social. E de trabalho, etc.
E isso pode tornar-se tóxico. As relações tóxicas são viciantes.....e adicionados à isso vem os próprios vícios.
Maysa bebia bastante, Dizia que quando bebia mudava completamente. O álcool tem o poder de mudar a personalidade das pessoas e torná-las pior ou melhor.
No caso de Maysa, a tornava ainda mais agressiva do que era, briguenta,barulhenta, birrenta,exigente,mimada.
Ela era uma grande estrela, de incomparável talento,mas seu transtorno foi maior que seu talento.
Morreu por causa disso, poderia ter sido diferente,nunca saberemos.
A vaidade excessiva, acrescida por uma insegurança doentia, carência enorme, a fizeram uma vítima de si mesma.
É uma análise até preconceituosa,se for pensar,mas, quando penso que os próprios psiquiatras têm preconceito em relação aos borders, acho que não está errada essa análise.
Longe de julgar, é uma constatação do que aconteceu em sua vida.
O filho, criado longe dela, parece que teve alguns problemas,mas hoje é um diretor consagrado. Ninguém sabe dentro de casa,como ele se sente, o que ele faz, enfim,ninguém vê dentro do coração de ninguém, mas Maysa,certamente não foi a melhor mãe para Jayminho. Sem julgamentos,apenas constatação.
O filho não gostava de ver a mãe cantar,pois achava que ela tinha um jeito muito triste quando cantava, e isso o incomodava bastante. Criança capta tudo o que vê. E o que via o menino, aos 7, 8 anos de idade?
I
BEM, as reflexões aqui feitas têm a intenção de ajudar todos que leem, apenas isso.
Nenhum sensacionalismo ou informação falsa é prestada em nenhum texto.
Maysa não apresentava sinais de transtorno de imagem,embora tivesse problemas com o peso.
Acho que seu grande problema foi o alcoolismo,que mudou a forma de funcionamento de seu cérebro. Afetou demais sua memória,a ponto de fazer com que esquecesse as letras das músicas,falas de shows, e de peças de teatro.
Agora, voltando ao raciocinio anterior-
No caso de Maysa, o álcool e as anfetaminas a levaram a um nível de insensatez, em que brigava com todos.
Suas brigas em público eram famosas. E ela dizia o que queria e onde queria.
F**aram famosos os casos em que interrompia os shows por qualquer motivo.
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Chegou a arremessar o sapato em alguém da platéia,porque não faziam silêncio , na hora em que ela estava cantando.
E isso, acho que virou um vício para ela. Ela tinha atenção quando queria. E como queria. Tinha fama, dinheiro, mas não era feliz. Acho que nunca foi.
Morreu aos 40 anos, num acidente na ponte Rio-Niterói.