
26/05/2025
crp_sp O CRP SP posiciona-se quanto ao uso ético, técnico e científico da lA reafirmando o compromisso com a dignidade humana, a escuta qualificada e a singularidade de cada sujeito.
A atuação parte do princípio de que cada indivíduo é único e que seu sofrimento, desejos e experiências exigem relação, vínculo, escuta, acolhimento e humanidade sendo elementos que não podem ser integralmente replicados por sistemas automatizados.
A escuta requer sensibilidade, interpretação de nuances emocionais, sociais, culturais e vivenciais, com a leitura de contextos e construção de sentido em dimensões que vão além do processamento de dados e do reconhecimento de padrões algorítmicos, considerando a subjetividade da pessoa atendida.
A subjetividade não se reduz à lógica da lA, a uma média algorítmica ou um padrão de normas padronizadas como um bem comum. Ela é construída por afetos, contradições, histórias e relações sociais, o que impõe à Psicologia um olhar crítico sobre qualquer tentativa de automatizar o cuidado.
O uso de inteligência artificial pode ser complementar ao trabalho psicológico em situações específicas, como: triagens, lembretes, agendamento, suporte complementar assistido, correção de te**es psicológicos, sistematização de dados ou apoio informativo, desde que: Não substitua a escuta; Seja ferramenta auxiliar; Não viole o sigilo profissional; Não comprometa a autonomia do sujeito; Seja supervisionado por psicólogas/os;
A aplicação da IA na Psicologia deve alinhar-se aos princípios estabelecidos no Código de Ética Profissional e em diretrizes nacionais e internacionais de bioética, defendendo a centralidade da subjetividade em um mundo cada vez mais automatizado.
Reconhecemos que a utilização de lA nas práticas psicológicas está em expansão, oportunizando o aprimoramento do acesso e da eficiência dos serviços. No entanto, essa integração traz desafios significativos que demandam atenção cuidadosa por parte da categoria. Ao aderir a princípios éticos fundamentais e implementar práticas recomendadas, os profissionais podem garantir que a lA seja utilizada para aprimorar, e não comprometer, a qualidade e a integridade dos serviços psicológicos.