16/06/2025
A força do feminino vem no momento que vc abraça com carinho e compaixão as feridas que vc carrega na sua sombra e que provém do seu feminino ferido e da sua linhagem familiar. É o momento que vc começa os pequenos passos de integrar na sua consciência as sombras que estão no seu inconsciente, é como no Mito Sumeriano da Deusa Inanna, que desce ao submundo para encontrar sua irmã Ereshkigal. Então vc percebe que essa ferida não é algo somente do individual e do familiar, mas também do coletivo e do social, que desde sempre colocou padrões de uma vida "feliz" as mulheres e que muitas delas não desejariam ter e viver, muitas vezes por não poder falar e dizer não, acabam assumindo essa realidade e com isso anulando o contato com seu próprio self. Para retomar a busca do contato com este self, precisamos inevitavelmente passar pelo processo de fazer consciente tudo que carregamos na nossa própria sombra.
Inanna e Ereshkigal
No mito Inanna é a rainha do céu, do amor e da fertilidade e Ereshkigal, sua irmã, Deusa da morte e do submundo. Conta o mito que entre as duas existia uma relação de inimizade e inveja, e Ereshikgal como rainha do submundo tinha uma aparência horrenda. Como muitos mitos em que uma figura passa por uma jornada iniciática, Inanna então desce ao submundo para visitar sua irmã e prestar condolências pela morte de seu marido. Havia sete portais dos quais Inanna precisaria passar e por cada portal que ela passou ela teve que deixar um de seus pertences que representava a realeza, e entrar no submundo segundo as leis, nua e curvada. No primeiro portal ela deixa a sua coroa, simbolo do céu e da sua divindade, no segundo portal ela deixa seu brincos de lápis-lázuli, que representam seu conhecimento sobre a magia, no terceiro ela deixa as pérolas do seu pescoço que representam o êxtase da iluminação, no quarto ela deixa seu peitoral que representa suas emoções, no quinto ela da seu cinturão que representa seu ego, no sexto o bastão que representa a vontade e no sétimo ela deixa suas vestes femininas que representam sua sexualidade.
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