25/03/2025
Mais do que uma série com quatro episódios sobre um crime de homicídio, em uma cidade do norte da Inglaterra, com recursos técnicos, como as cenas filmadas em tomada contínua, a série “Adolescência”, exibida pela Netflix, aborda os perigos das redes sociais e novos códigos da masculinidade.
No filme um menino de 13 anos, chamado Jamie Miller, é suspeito de matar, uma colega de classe chamada Katie E é aí que as coisas se complicam para os adultos. As mensagens nas redes sociais levam a crer que, depois de ver uma série de fotos de Katie de topless, publicadas sem o consentimento dela, por vingança no Snapchat, o menino teria convidado para sair – e foi rejeitado.
Disse, depois, que Katie começou a enviar emojis atacando-o e o acusou falsamente de ser um "incel" – homens frustrados por não fazerem s**o, porque ninguém quer saber deles.
Praticamente ignorado pelos adultos, o termo “incel” surgiu há 28 anos para representar jovens com dificuldades em estabelecer relações afetivas. Com a popularização das redes sociais, como 4Chan e Reddit, a coisa descambou, com cada vez mais mensagens misóginas e ressentimento. Alguns incels defendem, abertamente, o uso da violência contra as mulheres. No Reino Unido, a situação escalou de tal forma que que autoridades passaram a monitorar o conteúdo desses fóruns.
Em uma entrevista para a rede britânica BBC, Philip Barantini, diretor de “Adolescência”, espera que o programa torne os espectadores mais simpáticos ao que os jovens estão passando hoje, explicando nas notas para a imprensa. "Quando eu era criança, se você tinha um problema com alguém, resolvia a situação no parquinho, ia para casa e esquecia o assunto. Mas, agora, as mídias sociais tornam isso impossível", disse Barantini, que tem uma filha de sete anos. Conclusão: os pais precisam prestar atenção no que está acontecendo e entender os riscos do mundo digital.