
27/09/2025
Durante a reunião do Global Health Connector, durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em que se discutia as dificuldades para que a obesidade fosse melhor diagnosticada e tratada em cenários de atenção primária, um dos pontos discutidos foi a falta de conhecimento técnico sobre a doença por profissionais de saúde, que muitas vezes tiveram todo o conhecimento sobre o tema vindo das mesmas fontes que leigos.
👉Nesse sentido, Lisa Schäffer, diretora executiva do “Obesity Canada” (a associação de obesidade canadense), que é uma pessoa que vive com obesidade e uma voz ativa na defesa dos direitos, comentou muito bem, com essa frase. Sendo a obesidade “visível”, muitos profissionais de saúde não se preocupam em perguntar a história da doença, a trajetória do peso, etc, etc, e já fazem pressupostos e recomendações: “faça mais atividade física”; “coma menos fast food”; “você já pensou em emagrecer?”; sendo que muitas pessoas com obesidade são fisicamente ativas, não comem fast foods, e estão tentando perder peso sua vida toda, inclusive perdendo tempo, dinheiro e esperança em caminhos não respaldos pela ciência, e muitas vezes promovidos por profissionais de saúde.
👉O que ela pede, com razão, é que o conhecimento sobre obesidade não seja restrito a entender as complicações, a neurobiologia e a genética, ou mesmo sobre as melhores formas de tratamento: é preciso que a formação profissional ensine também sobre a escuta, o respeito, e a forma de se comunicar, pois mesmo profissionais de saúde bem intencionadas podem afastar pessoas de tratamento se tiverem um discurso julgador, ou mesmo professoral, com lições de moral.
👉Pessoas com obesidade tem histórias e trajetórias diferentes, hábitos diferentes, genéticas diferentes e não existem caminhos únicos que levaram à obesidade nem caminhos únicos que a controlarão. Uma importante reflexão para todos nós!