
30/04/2025
Na perspectiva fenomenológica — especialmente influenciada por pensadores como Edmund Husserl e Maurice Merleau-Ponty — os sentimentos não são objetos externos que possam ser avaliados ou medidos pela razão da mesma forma que um problema lógico ou matemático.
Muitos sentimentos surgem antes mesmo de podermos refletir sobre eles. Eles fazem parte do nosso estar-no-mundo, como diria Heidegger. Avaliá-los com a razão implica objetificá-los — ou seja, tratá-los como se fossem coisas externas, quando na verdade eles são modos do nosso ser.
Em vez de avaliar sentimentos como "bons" ou "ruins", "corretos" ou "errados", a fenomenologia propõe que os descrevamos tal como são dados à consciência — sem preconceitos, sem tentar encaixá-los em categorias lógicas.
Portanto, não é que seja impossível pensar racionalmente sobre os sentimentos, mas que, do ponto de vista fenomenológico, esse tipo de avaliação perde a riqueza da experiência afetiva tal como ela se dá. A razão pode refletir sobre os sentimentos posteriormente, mas jamais substituí-los ou reduzi-los à lógica.
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