Psicólogo Renne Nunes

Psicólogo Renne Nunes Psicólogo / Psicanalista
Mestre em Psicologia Clínica pela USP
Especialista em Psicoterapia Psican

👩‍⚕️🤖 Sessão de terapia com IA? Só se for pra ouvir: “entendo como você se sente...” seguido de uma resposta programada ...
25/07/2025

👩‍⚕️🤖 Sessão de terapia com IA? Só se for pra ouvir: “entendo como você se sente...” seguido de uma resposta programada e um silêncio artificial que nem Freud explicaria.

No meio do caos emocional contemporâneo, você quer mesmo abrir seu coração pra um chatbot com cara de simpático? 💻❤️ Porque se é pra ser ouvido sem ser escutado, a internet já tá cheia de gente.

A psicologia nasceu no calor da palavra, no tropeço do inconsciente, no drama humano que nenhum algoritmo decifra. Terapia não é FAQ de saúde mental. É encontro. É relação. É o desconforto criativo entre dois sujeitos tentando não fugir da dor com uma notif**ação. 📲💔

Sim, a IA pode organizar sua agenda, te lembrar de beber água e até sugerir mantras. Mas será que ela sustenta seu choro de terça-feira às 3 da tarde? Será que ela escuta o que nem você consegue dizer? 🥲🗣️

O perigo não é a IA ocupar o lugar do divã. É a gente esquecer o que o divã representava: um espaço pra não saber, pra errar, pra sentir sem performance. O futuro da psicologia não é high-tech — é deep-human. 🌌🧠

Então, antes de entregar sua neurose pro próximo app de “cura emocional em 5 minutos”, lembre-se: a máquina pode até simular escuta… mas só quem já chorou também, escuta de verdade. 😉



https://rennenunes.com/2025/07/25/clinic-or-code-the-future-of-psychology-in-the-age-of-artificial-intelligence/

🌍 Já reparou como a palavra “amizade” anda fora de moda?Vivemos tempos em que todo mundo “curte”, mas poucos sustentam.C...
23/07/2025

🌍 Já reparou como a palavra “amizade” anda fora de moda?
Vivemos tempos em que todo mundo “curte”, mas poucos sustentam.
Conexões rápidas, vínculos frágeis.
Amigos viram contatos. Afetos viram stories. Silêncios viram sumiço.

👥 E não é só impressão: a OMS alertou que cerca de 16% da população vive em solidão crônica.
O número de amigos próximos caiu, as conversas profundas escassearam.
Falta tempo, falta escuta, falta desejo de atravessar o outro.
Mas sobra ansiedade, produtividade, comparação.

📖 Aristóteles chamava de “amizade virtuosa” aquela que floresce pelo prazer de compartilhar a vida, e não por utilidade.
Montaigne dizia que amizade é uma alma em dois corpos.
Mas no feed, tudo virou performance.
E na performance, a amizade morre de inanição.

💡 Tal como o amor líquido de Bauman, a amizade também escorre pelos dedos.
Vivemos a era dos laços desfeitos, onde se exige muito e se entrega pouco.
Nos acostumamos a sair de cena sem dar tchau — e a chamar isso de “limite saudável”.

Mas talvez, no fundo, estejamos mesmo com saudade:
— de mandar um áudio bobo às 2h da manhã.
— de rir até a barriga doer.
— de alguém que nos conheça no escuro.

🪞Amizade é coisa rara, e como tudo o que é raro, exige cuidado, presença e desejo.
Não precisa de grandiosidade.
Mas precisa de verdade.

Quem ainda tem amigos por perto… cuide.
Quem perdeu o fio… procure.
Quem nunca teve… invente.
Porque, no fim, é nos afetos que a gente se sustenta.



https://rennenunes.com/2025/07/23/are-friendships-going-extinct/

Nem todo corpo em movimento está indo bem. 🏃‍♂️Nem todo sorriso postado é sincero.Nem toda corrida é saúde — às vezes é ...
21/07/2025

Nem todo corpo em movimento está indo bem. 🏃‍♂️
Nem todo sorriso postado é sincero.
Nem toda corrida é saúde — às vezes é fuga.

Vivemos tempos em que o bem-estar virou obrigação.
Onde mostrar força vale mais do que pedir ajuda.
Onde se corre não apenas por prazer, mas para não parar.
Porque parar pode signif**ar encarar o que dói. 💭

É verdade: o esporte pode aliviar.
Mas aliviar não é elaborar.
Suor não substitui escuta.

Há dores que não passam com endorfina. 💔
Há silêncios que não gritam — mas pesam. 🤐
E há vidas que, mesmo parecendo "perfeitas", carregam ausências sem nome. 🎭

Buscar ajuda não é fraqueza.
Falar é gesto de coragem.
Parar pode ser a forma mais bonita de continuar.

Cuidar da mente não é luxo, não é frescura, não é perda de tempo.
É um modo ético de existir, de sustentar a própria história sem precisar correr dela.

Que a gente siga respeitando os limites.
Os nossos, os dos outros, os que não aparecem.
E que a saúde não seja apenas performance, mas também pausa. ⏸️
Escuta.
Presença.

✨ Que ninguém precise gritar em silêncio para ser ouvido.



https://rennenunes.com/2025/07/21/endorphins-dont-heal-silence-when-the-body-runs-away-from-the-soul/

Há ausências que não se explicam, só se sentem.É como se o tempo parasse ali, bem no ponto em que a pessoa costumava sor...
18/07/2025

Há ausências que não se explicam, só se sentem.
É como se o tempo parasse ali, bem no ponto em que a pessoa costumava sorrir.

Tem gente que f**a mesmo quando vai.
Gente que virou casa pra dentro da gente.
O corpo ausenta, mas a presença segue: em frase dita, em gesto herdado, em pensamento que sussurra no meio da tarde.

A vida é feita desses encontros — uns f**am, outros vão, todos mudam a gente.
E a gente muda neles.
Não tem despedida que dê conta do amor vivido.
Nem adeus que consiga apagar o que foi verdadeiro.

Quem nos tocou de verdade nunca vai embora.
F**a em nós como uma prece silenciosa.
Como um livro bem lido.
Como um abraço que se dá por dentro.

Morrer, talvez, seja só um jeito de voltar a ser vento.
E de assoprar memórias nos dias que seguem.

🌿 Que a saudade não seja só dor, mas também candeia.
Que o amor continue sendo caminho — mesmo que quem ensinou já não caminhe mais ao lado.



📖 “Viver é muito perigoso”, dizia Rosa. Mas amar… ah, amar é sempre o mais bonito risco.

🕊️



https://rennenunes.com/2025/07/18/what-remains-after-the-last-visit/

Certa vez, apostei contra uma colega da faculdade. Ela dizia que certa atividade tinha acontecido há duas semanas. Eu, c...
16/07/2025

Certa vez, apostei contra uma colega da faculdade. Ela dizia que certa atividade tinha acontecido há duas semanas. Eu, com toda a elegância da arrogância juvenil, afirmei com convicção que tinha sido na semana anterior. Apostamos.

Spoiler:
❌ Perdi.

E perdi bonito.
Quando o professor confirmou a versão dela, minha certeza evaporou como café em reunião inútil.
Minha memória havia me traído.
Pior: com classe.

Foi ali que entendi algo cruel e libertador:
🔹 Nossa memória é um roteiro reescrito pelo ego.
🔹 Nosso tempo interno usa dr**as psíquicas.
🔹 E nossa certeza? Uma fantasia vestida de terno.

Freud sabia. Bion suspeitava. A Gestalt acenava ao fundo.
Aquilo que chamamos de “realidade” talvez seja apenas a versão emocionalmente suportável da verdade.
A realidade psíquica é um teatro. E a plateia… somos nós mesmos, aplaudindo nosso autoengano.

Desde então, aprendi:
📌 O problema não é estar errado.
O problema é estar errado com confiança.
(Ah, o charme da ignorância bem-vestida.)

Então, da próxima vez que você estiver “absolutamente certo” de algo…
Faça um favor a si mesmo:
✨Desconfie.

E se for apostar, que seja no seu desconcerto.
Ele costuma ser mais honesto.



https://rennenunes.com/2025/07/16/certain-and-mistaken-a-small-theory-of-misremembering/

Tem gente que não morre. Vira trecho da gente.Roberto não partiu — ele se espalhou.Espalhou-se feito cheiro de café em m...
15/07/2025

Tem gente que não morre. Vira trecho da gente.

Roberto não partiu — ele se espalhou.
Espalhou-se feito cheiro de café em manhã antiga, feito história contada devagar, com aquele sotaque de mar e montanha.
Ficou na dobra do pensamento, no canto das palavras que deixou soltas pra gente colher depois.

Foi professor, mas mais que isso: encantador de escutas. Sabia ensinar como quem rega — sem pressa, com fé na semente.

Nas noites de quarta, a vida ganhava um respiro. Cerveja na mesa, teoria no ar, risada fácil. A gente brincava, com afeto e reverência, que era o nosso “Grupo da Quarta” — feito aquele de Freud. Mas era mais que grupo: era colo de pensamento, casa de palavra dita sem pressa.
Com o tempo, Roberto virou também isso pra mim: um pai de ideias, desses que não impõem, mas inspiram. Alguém que cuidava da escuta como quem cuida de um filho — com paciência, com presença, com alma inteira.
Tinha um jeito de falar que parecia poesia sem pose. “Esqueci meu isqueiro na esquina da escola”, dizia, só pra ver a gente rir. E a gente ria mesmo — porque com ele, tudo virava leveza.

O corpo, esse breve abrigo, já dava sinais de cansaço. Mas a presença de Roberto... ah, essa era vastidão.
E agora que ele se desapertou da matéria — como quem se desfaz do sapato apertado da vida — passou a habitar outro lugar:
não mais visível aos olhos, mas nítido no gesto que repito, na escuta que aprendi com ele, no amor pelo saber que ele semeou em mim.

Guimarães Rosa escreveu que “o correr da vida embrulha tudo.” Pois bem. Roberto virou parte desse embrulho bonito que é viver.
E enquanto houver memória com afeto, ele estará. Presente. Feito vento que não se vê, mas sempre se sente.
Obrigado, Roberto, por ter sido esse trecho bonito e essencial na estrada da minha profissão.
Obrigado pelo mestre que ensinava com amizade, pelo amigo que escutava com alma, e por tantas trocas que ainda ecoam em mim.
Carrego comigo não só o que aprendi — mas o jeito bonito de ensinar vivendo, e de viver deixando marcas leves.

🌙 "Toda a vida é sonho, e os sonhos, sonhos são."— Pedro Calderón de la Barca, em 1635.E a gente aqui, em 2025, sonhando...
14/07/2025

🌙 "Toda a vida é sonho, e os sonhos, sonhos são."
— Pedro Calderón de la Barca, em 1635.

E a gente aqui, em 2025, sonhando com… um tempinho offline e a paz de espírito de um gato na janela.

Já parou pra pensar que a coisa mais subversiva que você pode fazer hoje talvez seja... dormir bem?
Sonhar sem algoritmo, sem notif**ação, sem trilha sonora de ansiedade digital.
Sonhar livre. Sem meta. Sem monetizar. Sem coach.

Estamos exaustos. E não é de trabalhar — é de performar humanidade em tempo integral.
👁‍🗨 Sorrisos de emoji. Lacres vazios. Beijos sem saliva. Conexões que mal tocam a pele.
O corpo pede pausa. A alma grita escuta.
E a mente? Bem, ela só quer sair do modo avião da própria existência.

A verdade é que ninguém está perguntando:
Você ainda sonha ou só rola o feed esperando o sono te atropelar?

O sonho é o último lugar onde a máquina não nos substitui.
E mesmo assim... a gente quase não vai lá.
Sonhar virou luxo, quando deveria ser direito humano básico.

Então, um convite nada gentil:
🧠 Reinstale sua capacidade de imaginar.
🛑 Pause o corre.
📖 Conte um sonho bizarro no café da manhã.
🔥 Reacenda o fogo da escuta, antes que a chama apague de vez.

Porque quando o humano parar de sonhar, nem a IA vai saber o que fazer com tanto silêncio.



https://rennenunes.com/2025/07/14/is-dreaming-still-human/

🚨 Aviso: você é único.E isso... pode ser um problemão.Não porque você seja estranho (embora talvez seja 🫢), mas porque o...
11/07/2025

🚨 Aviso: você é único.
E isso... pode ser um problemão.

Não porque você seja estranho (embora talvez seja 🫢), mas porque o que é único não tem manual, não tem backup, não tem nem botão de “tentar novamente”.

A singularidade assusta. Porque não repete, não cabe em categoria, não vem com tutorial no YouTube.
E às vezes o “único” é você mesmo — essa criatura instável, incoerente, que sente demais e entende de menos. 🧠💥

Aí você corre: faz mapa astral, teste de personalidade, assina um app de meditação.
Mas nada prevê aquele colapso existencial que chega no meio da fila do mercado ou no "visualizar" não respondido do crush.
Spoiler: nem seu algoritmo viu isso vindo. Nem mesmo o da Amazon.

Tentando ser “entendível”, você vai se tornando previsível.
E previsível é só um jeito educado de dizer: entediado com a própria existência. 😶‍🌫️

Bion chamaria isso de capacidade negativa — aquela capacidade rara de sustentar a dúvida sem desabar na resposta mais fácil.

Morin diria que você é complexo mesmo, e que se aceitar é dançar com o caos de olhos vendados.

Então não tente “resolver” quem você é.
Você não é um bug.
É um poema instável em tempo real.
E isso, honestamente? É profundamente sedutor. 💃🔥

**a

https://rennenunes.com/2025/07/11/the-vertigo-of-being-you-a-love-letter-to-your-unstable-self/

🚪🐾 Não olhe para o portão! 🐾🚪Tem uma cena que se repete quase todo dia — e que, confesso, me comove mais do que deveria....
09/07/2025

🚪🐾 Não olhe para o portão! 🐾🚪

Tem uma cena que se repete quase todo dia — e que, confesso, me comove mais do que deveria.

Na volta do passeio, já na calçada de casa, minha cachorrinha faz algo que virou filosofia pessoal:
ela vira a cara para o lado oposto do portão… e acelera o passo.

Ela sabe.
Ela sempre sabe.
Mas finge que não.
E por mais estranho que pareça: eu entendo perfeitamente.
Aliás, às vezes, fazemos o mesmo.

Ignoramos o e-mail.
Adiamos a decisão.
F**amos mais cinco minutos no carro.
Olhamos pro céu em vez de responder.
A vida tá cheia de portões — e nem sempre estamos prontos pra atravessar.

Peter Sloterdijk chamaria isso de cinismo moderno: aquele saber que sabe… mas finge que não.
Freud veria o retorno ao portão como o preço a pagar por viver em sociedade — o fim do prazer, o início do dever.
Byung-Chul Han diria que estamos exaustos de tanta lucidez. E que às vezes, desviar o olhar é um último respiro contra o excesso de realidade.
E Thomas Ogden sussurraria: você ainda está sonhando... e é assim que a experiência começa.

Virar o rosto pode ser fuga? Pode.
Mas também pode ser poesia.
Pode ser cuidado.
Pode ser amor-próprio em forma de distração performática.

🔔 Então da próxima vez que você fingir que não viu o portão, não se culpe. Apenas acelere o passo com elegância e um leve sorriso cínico nos lábios.

Talvez você esteja só praticando uma filosofia secreta:
a arte sutil de demorar-se um pouco mais no passeio, mesmo quando a casa já está à vista.

E se alguém perguntar:
"Ué, por que você não entrou ainda?"

Você responde com sabedoria:

✨ “Desculpa, eu não vi o portão.”



https://rennenunes.com/2025/07/09/poetic-detours-dont-look-at-the-gate/

👓 Você jura que está enxergando, né?Tem gente que vive a vida inteira com a lente embaçada — mas acha que tá vendo tudo....
07/07/2025

👓 Você jura que está enxergando, né?

Tem gente que vive a vida inteira com a lente embaçada — mas acha que tá vendo tudo. Acredita piamente que “conhece bem as pessoas”, que “sabe o que quer”, que “tem opinião formada”. Mal sabe que está tropeçando nas próprias projeções, chamando trauma de personalidade e miopia emocional de intuição.

Um jovem, 18 anos, entrou no consultório revoltado porque o médico disse que ele precisava de óculos. “Eu vejo normal!”, dizia. Duas semanas depois, voltou de óculos. “Eu não fazia ideia do quanto eu não enxergava.”
Ah, meu caro. Se Freud tivesse ouvido isso, teria largado o charuto só pra aplaudir.

A verdade? Ninguém enxerga de verdade sem um mínimo de desconstrução, análise e boas doses de vergonha existencial.
Ver dói. Ver desorganiza.
Ver obriga você a revisar seus filtros, seus achismos, suas bolhas.

🤷‍♀️ Não é todo mundo que quer esse tipo de nitidez. Tem gente que prefere o conforto do borrado: o parceiro idealizado, o político messiânico, a autoimagem editada. Tem quem confunda “transparência” com “excesso de exposição” — e siga cego, mas bem iluminado.

✨ Se você acha que tá vendo tudo claramente, provavelmente tá vendo só o que quer.

👁️‍🗨️ Então, um convite carinhoso: experimente os óculos. De verdade. Os psíquicos, os simbólicos, os analíticos. Aqueles que te mostram o que você não queria saber — mas que muda tudo depois que você vê.

Ou segue aí, enxergando só o que não ameaça teu ego.
Mas não chora depois, hein? Ignorância pode ser doce — mas é sempre autoprescrição.

🔎

https://rennenunes.com/2025/07/07/you-might-be-blinder-than-you-think/

📚👴🏼 Adivinha quem sentou na primeira fileira da aula de pós? Não foram os ansiosos de 25 com Macbook aberto e cérebro fe...
04/07/2025

📚👴🏼 Adivinha quem sentou na primeira fileira da aula de pós? Não foram os ansiosos de 25 com Macbook aberto e cérebro fechado, mas dois senhores de 76 e 84 anos — armados de caderno, tesão intelectual e zero paciência pra enrolação.
Enquanto os jovens bocejavam discretamente, eles perguntavam com brilho nos olhos:
“Mas afinal, o que a Klein queria dizer com essa tal posição depressiva? E ela passa um dia?”

Não estavam ali por status, certif**ado ou LinkedIn. Estavam ali pelo prazer de ainda não saber.
E isso, meus amigos, é mais subversivo do que muito textão progressista por aí.

A aula era sobre psicanálise. Mas o que se revelou foi o seguinte: os mais velhos ainda mordiam as ideias com gosto — os mais jovens, nem sempre lembravam que estavam à mesa.
Quem ali ainda tinha desejo?
Quem ali ainda queria aprender de verdade?
Quem ali estava vivo?

👊🏼 Em tempos de culto à juventude performática, talvez o maior ato de rebeldia seja aprender depois dos 70.
Enquanto muitos se aposentam do pensamento aos 30, eles seguem inquietos.
Como Edgar Morin, que aos 103 anos publica mais um livro.
Como Simone de Beauvoir, que já avisava: a velhice é construída como exílio.
E como Paulo Freire, que sabia que perguntar é um gesto amoroso e revolucionário.

📌 Então, da próxima vez que se surpreender com alguém “velho demais” para estudar, tente se perguntar:
E você, não está jovem demais para já ter desistido?

Se ainda há desejo de aprender, ninguém envelhece. No máximo, amadurece — tipo vinho bom. 🍷🧠


🔍 Para ler o texto completo na solidão do seu escritório (ou no meio da aula que você finge acompanhar), o link está logo abaixo.



https://rennenunes.com/2025/07/04/theyre-not-too-old-youre-just-too-boring/

🪶 Quando eu era criança, no caminho entre a casa da minha tia e a praia, havia um templo maçônico.Grande. Branco. Sem ja...
02/07/2025

🪶 Quando eu era criança, no caminho entre a casa da minha tia e a praia, havia um templo maçônico.
Grande. Branco. Sem janelas. Uma porta de madeira tão imponente quanto o silêncio que saía de lá.

Eu e meus primos, como bons filósofos de bermuda e picolé, cruzávamos a rua automaticamente.
Diziam que ali faziam rituais. Sacrifícios. Que bebiam sangue.
(E a gente acreditava, claro. Afinal, o que é mais confiável que uma teoria criada por crianças com medo e excesso de imaginação?)

Hoje sei que não era medo, exatamente. Era algo mais sofisticado: desejo.
Desejo de saber. De entrar. De entender.
Mas também de manter o mistério, porque — spoiler — o mistério tem uma iluminação melhor do que a verdade.

🧠 Freud diria que o estranho-familiar nos assombra.
📦 Bion, que a mente inventa histórias pra não colapsar.
🏛️ Sloterdijk, que a arquitetura também é um sistema imunológico simbólico.
E eu? Eu continuo mudando de calçada.
Não por medo. Por estilo.

Porque em um mundo obcecado por transparência e tutoriais, cultivar uma ignorância poética pode ser o último gesto de resistência. Ou, no mínimo, de bom gosto.

📍Nem todo porão precisa ser explorado.
📍Nem toda porta precisa ser aberta.
📍E tem metáfora que funciona melhor fechada mesmo.



https://rennenunes.com/2025/07/02/freud-at-the-beach-sloterdijk-on-the-corner-bion-in-swim-trunks/

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São Paulo, SP

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