25/05/2025
Do arquétipo da Terra-Mãe à mulher contemporânea
Enquanto no passado o feminino era quase exclusivamente ligado à fertilidade biológica e à função materna (em ressonância com o solo fértil da agricultura), o feminino simbólico hoje expande seus signif**ados para além da biologia, permitindo novas expressões psíquicas:
• A mulher não é mais apenas "terra a ser cultivada", mas também semeadora do seu próprio destino;
• O feminino é reconhecido como potência criativa autônoma, não apenas reativa ao masculino;
• Há um retorno ao sagrado feminino por meio de práticas que reconectam corpo, alma e natureza: ciclos menstruais, danças circulares, sabedorias ancestrais.
A mulher contemporânea (e o homem em contato com seu feminino interno) busca se libertar do papel passivo e resgatar o eros, a escuta, a sabedoria instintiva, a capacidade de gerar signif**ado — não só filhos.
O feminino como eixo de transformação da consciência
Na psicologia profunda, o símbolo do feminino é sempre o da matéria prima do processo de individuação:
• A noite, onde as imagens surgem;
• A água, que dissolve a rigidez da persona;
• O vaso, onde as oposições se encontram;
• O útero psíquico, onde nasce o novo ser.
No mundo atual, dominado pelo excesso de logos, controle, razão e velocidade, o feminino simbólico surge como antídoto:
• Traz pausa, escuta e conexão com o ser;
• Restaura a relação com o corpo e a alma, muitas vezes dissociados;
• Permite um modo de viver mais circular que linear, mais inclusivo que competitivo.
Concretamente, o que isso signif**a?
• Nas empresas: valorização da empatia, escuta, cuidado com o clima emocional.
• Nas relações: busca por parcerias igualitárias, onde o vínculo não suprime o eu.
• No indivíduo: necessidade de integrar o eros à vida cotidiana, cultivar o silêncio interior, e nutrir o ser simbólico.