31/12/2023
Escritas Viscerais - carta aberta
Esse ano de 2023 foi um ano particularmente difícil, desafiador e cheios de lutos e conquistas, como tudo na vida!
Esse ano, especialmente, eu vivi – e continuarei vivendo - uma perda irreparável, a perda do meu pai.
Como é manter uma presença diante de uma ausência tão grande?
(Eu tenho vivido essa ambivalência mais do que eu gostaria).
De um jeito curioso, a clínica tem sido um lugar que vejo cheio de presença, de vida, de desejo e cuidado!
Calligares, saudoso psicanalista, uma vez disse que um bom terapeuta não se faz SEM uma boa dose de sofrimento psíquico. Não porque se romantize o sofrimento, mas porque o terapeuta também pode sofrer e sentir suas próprias dores na alma e, pela sensibilidade mais aguçada, estar ainda mais presente diante da dor do outro!
Diante da morte e do luto, também dá pra ver a vida. É só sobre vida, inclusive. O que f**a, o que se viveu, o que não volta mais, as memórias, a presença que se faz apesar da ausência...
Curiosamente, esse ano termina num domingo (Ambivalente?).
Fim e começo. Fim do ano, da semana... Começo de um novo ano, mês, semana.
Recomeços?
Novo, de novo?
O que precisa se renovar?
O que é velho demais que não pode se manter?
O que do novo se refaz?
Olha lá, a vida acontecendo diante dos começos e dos fins (de novo)!
Que comece 2024 . Seja bem vindo✨