24/05/2025
ESG: Evolução ou Contradição?
Durante anos, atuei como Diretor de Saúde, Segurança do Trabalho, Patrimônio e Meio Ambiente. Naquela época, essas áreas já tinham um papel fundamental na integridade das operações empresariais. Hoje, esse escopo evoluiu para um conceito mais amplo e integrado: o ESG, Ambiental, Social e Governança.
A grande diferença, a meu ver, está no fortalecimento da Governança, que traz para o centro da discussão temas como transparência, ética corporativa, combate à corrupção e a responsabilidade sobre a alta liderança. É um avanço importante, sem dúvida.
No pilar Social, vemos a missão de promover ambientes laborais saudáveis, inclusivos e seguros, temas que sempre estiveram na essência da gestão de Saúde e Segurança, mas que agora ganham uma roupagem mais estratégica e conectada à reputação das organizações.
No entanto, não posso deixar de provocar uma reflexão:
Será que ESG não é, muitas vezes, uma resposta às consequências de más práticas que as próprias empresas ajudaram a criar?
Quem causa estresse, burnout e esgotamento emocional nas equipes?
Quem tolera ou promove lideranças tóxicas?
Quem investe ou negligencia o treinamento para prevenir assédios e abusos?
Quem projeta ambientes de trabalho inseguros, desumanizados ou inadequados?
Quem gera afastamentos, queda de produtividade, alto turnover e passivos trabalhistas?
Muitos afirmam que o ESG veio para mitigar esses efeitos. Talvez seja verdade. Mas não deixa de parecer que estamos criando remédios sofisticados para doenças que poderiam ser prevenidas com o básico: respeito, coerência e responsabilidade genuína com as pessoas.
A verdadeira transformação ESG não está apenas em indicadores e relatórios. Ela começa na cultura, nos líderes, e na coragem de rever práticas que, silenciosamente, adoecem pessoas e organizações.
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