04/01/2020
Esclerose é um termo muito usado na área da saúde, mas que acabou ganhando uma conotação diferente na linguagem popular. “Ficar esclerosado” é utilizado na linguagem comum com significado de ficar esquecido, mas do ponto de vista técnico “esclerose” é uma palavra de origem grega que significa “duro”, ou “endurecido”. Essa palavra foi muito utilizada no passado para a descrição de várias doenças, numa época em que não existiam técnicas mais avançadas para avaliar o resultado que uma doença causava no tecido envolvido. Desta forma, “Esclerose Múltipla” deriva do aspecto observado pelo Neurologista Jean-Martin Charcot no Sistema Nervoso Central de uma paciente após a autópsia. O nome vem do fato de Charcot ter identificado no cérebro e na medula espinhal da paciente diversas pequenas placas endurecidas, que hoje sabemos serem áreas em que houve desmielinização. Já a Esclerose Lateral Amiotrófica tem este nome por provocar a esclerose (endurecimento) do Trato Corticoespinhal Lateral, um cordão de fibras nervosas que desce pela parte lateral da medula espinhal, e causa “amiotrofia”, ou seja, atrofia dos músculos. Ainda no cérebro, existe a Esclerose Mesial Temporal, endurecimento de uma porção do Lobo Temporal que está relacionado ao desenvolvimento de Epilepsia. Apesar dos nomes semelhantes, são doenças completamente diferentes!
Fora da Neurologia existem outros usos do termo, como a “aterosclerose”, endurecimento das artérias, causado pela pressão alta, diabetes, fumo, entre outros, e que pode levar a infarto e AVC. Ou seja: existem diversas “escleroses”, e cada uma tem uma característica. Se você ou alguém que você conhece teve um diagnóstico de “Esclerose”, tire todas as suas dúvidas na consulta médica, com um profissional da sua confiança, para evitar confusão entre elas.