13/10/2024
Nunca imaginei ser figurante de filme de ficção...
Não? Não é um filme?
A nova tecnologia lançada, neste mês de outubro de 2024, fez a minha mente revisitar algumas memórias, mas... de outra forma.
Interessante notar que a apresentação da tecnologia foi similar à de um filme de ficção científica, com carros parecidos e creio que a ideia era essa, pois outras pessoas perceberam da mesma forma.
Antes de focarmos tanto nesses efeitos de marketing (espero), vamos observar o ponto onde nossa realidade entrou em colapso, de forma que o natural não é mais satisfatório.
Não suportamos nossa aparência! Usamos filtros nas redes sociais, cirurgia plástica, harmonização facial, lipoaspiração, implante de cabelo, lazer, ou qualquer outro tipo de procedimento estético para alcançarmos um “padrão” da moda.
Precisamos de terapias com animais, com artes, danças, porque não costumamos realizar estas tarefas e se tornam parte da terapia. Lógico que existem estudos para que as terapias sejam funcionais, sim, mas não é sobre isso que falo, apenas sobre o que a sociedade está procurando e deixando de fazer.
As pessoas podem estar perdendo o valor nas relações sociais, sendo mais fácil buscar conforto nas alterações de realidade, usando álcool, dr**as, pornografia ou a própria realidade virtual, para criar um novo sentido para a vida ou não pensar nisso.
E chegam os robôs à venda. Nossa! Precisamos deles? Não estamos nos robotizando?
O que será que não estamos mais percebendo?
Passamos pela fase de sociedade rebelde para a sociedade pacata, mesmo não estando satisfeita com a estrutura atual. Sem querer revolucionar com manifestações, porque a paz é o melhor caminho, porém, você estaria disposto a possuir um robô? A fazer procedimentos estéticos desnecessários? A emagrecer ou engordar para agradar? A usar substâncias químicas para “ter” ou fugir do sentido real?
Outras questões: você estaria disposto a trabalhar o seu autoconhecimento? Estaria disposto a viver períodos na natureza? A ter contatos com animais, em fazendas, por exemplo? Gostaria de dançar por hobbie? Gostaria de ler livros? De brincar com as crianças? Gostaria de ter contato com outro ser humano e criar vínculo?
“-Ah, mas o robô faz tudo o que eu preciso, não questiona/reclama, é só recarregar a bateria...”
“-Ah, mas é melhor ser aceito pela sociedade, enquadrando o meu perfil à moda do momento. Sem questionamentos/rejeições...”
Estamos buscando aceitação de quem, hein?
Enquanto não entendermos que a aceitação mais importante é a própria, continuaremos sendo robotizados.
Penso que filmes de ficção científica deveriam existir apenas para entretenimento, não para antecipar o que estaria por vir.
Que marketing, meu povo! Que marketing!
Será?
Psicóloga Monique S. Sodré