09/08/2017
Por que eu amo a Terapia Ocupacional?! 😍
Pensando em uma conversa que tive com Zuleica Melo, uma amiga muito defensora de nossa profissão, fiquei divagando em porque a gente se torna terapeuta ocupacional. Racionalmente, você não entra na faculdade sabendo exatamente o que é, você tem que criar a tal visão biopsicossocial do ser humano em tal e qualquer atividade que ele exerça... e a partir daí meu amigo, é que os problemas começam, pois você vai estudar anatomia, neuroanatomia, cinesiologia, biomecânica, psicologia do desenvolvimento, psicopatologia, embriologia, farmacologia, fisiologia, fisiopatologia, saúde do trabalhador, gerontologia, análise da atividade humana, tecnologia assistiva, órtese e protese, políticas públicas, dinâmicas grupais, biologia molecular, vai decorar o Ciclo de Krebs 😣 mas vai também aprender a moldar argila, costurar, atuar, bordar, macrame, que tipo de cola usar pra colar efetivamente um EVA e muito mais.... E vai conseguir reunir tudo isso aí quando olhar para seu paciente dentro do contexto, necessidade e queixas dele, mas ainda assim estará sempre estudando, pois são diferentes causas que podem ser limitantes da atividade humana e como seu foco é a atividade humana e não a causa, terá que dar conta de estudar rs.
Só que não para por aí, a coisa vai pra sua vida, quando você menos esperar vai olhar uma pisada pronada de alguém no metrô e ter um certo desconforto, vai classif**ar seus ex pelo CID de saúde mental: Transtorno obsessivo compulsivo, histeria, Complexo de Édipo (o que mais tem hoje em dia)... vai ser vista como uma pessoa criativa pelos outros que talvez não relacionem que ser criativo é primordial pra sua profissão, vai ser cogitada sempre pra estar em atendimentos de grupo, vai saber consertar qualquer coisa na sua casa se tiver cola quente, por exemplo... vai fazer academia por anos montando sua série sozinha sem ter lesões. Daí você pergunta: vai ganhar bem? Não, mas dá pra pagar as contas. Então será reconhecida? Não! Passará a vida explicando o que é TO em todo meio que estiver (cada vez que trocar de namorado então, vai ter que explicar pro sujeito e toda a família😓), lutará pra provar o que faz e a importância que tem, o tempo todo em todo lugar que trabalhar, ainda assim e apesar da alta demanda e a resolutibilidade, terá sorte e f**ará imensamente agradecida ao universo quando alguém entende parte do que você faz. Você escreverá sempre no papelzinho de marcação do paciente que a próxima consulta é com a TERAPEUTA OCUPACIONAL e ainda assim ele provavelmente chegará procurando a fisio, fono ou psicóloga.
Com tudo isso conclui que a gente não se torna TO, a gente nasce TO! Porque quando realmente se é TO, as vezes o desânimo vem, mas nunca sem atrás dele vir uma força impulsionadora de mostrar mais e mais, porque acreditamos no que fazemos e vemos que apesar de alguns pacientes terem dificuldade de identif**ar quem somos, até hoje nenhum deixou de reconhecer a melhora. Pra concluir: "Seria loucura se não fosse paixão" e "Terapia Ocupacional é (mesmo) um estado de espírito". Afinal, seja pro paciente ou pra nossa profissão, a visão de TO é que: " A única incapacidade que existe é a falta de iniciativa".
(Lígia Menezes)