08/04/2020
Ultimamente tenho evitado notícias ruins. Tenho filtrado mesmo as informações. Passo o dia sozinha com um bebê (11 meses) e uma criança (6 anos). Tive que liberar minhas funcionárias. Meu esposo Mauricio sai para trabalhar. Eu tenho além de toda função de casa e crianças, continuado a atender online e sigo escrevendo artigo para o doutorado. Preciso então combinar para Maurício estar em casa nos meus horários de atendimento e tento arrumar horários quando as crianças dormem para estudar e escrever. Acho que todos tem se reinventado, como família, como profissionais. Cada um no seu espaço, no seu tempo, da sua forma. As escolas tem procurado novas maneiras para se tornarem presentes. As crianças tem aprendido como viver sem espaço livre, ter mais paciência, a inventar novas brincadeiras em casa. Nós adultos procuramos meios de ajustes e ficarmos bem. Os solteiros buscam filmes, lives, música e conversas online para não se sentirem sozinhos. Os casados tem aprendido como fazer programas interessantes sem sair de casa. Os profissionais de saúde saem e quando voltam para casa, acredito que tentam não se contaminar com o que escutam e o que acompanham no hospital. Em casa, parece que todos encontram o seu refúgio. Estou bem triste, por um lado, muito sentida por tudo isso está acontecendo. Por outro, sinto a felicidade de buscar evoluir como pessoa, mulher, mãe e dona de casa. Eu sempre tento tirar as lições das experiências ruins da minha vida. Tenho sentido a segurança e conforto do meu lar! Tenho procurado ficar mais próxima dos meus filhos e ser mais presente como mãe, criando brincadeiras, fazendo arte e testando toda a minha criatividade. Tenho tentado ser mais compreensiva com as falhas do meu esposo. Realmente a nossa casa, nossa família é o nosso porto-seguro. Aqui, nós estamos aprendendo a dividir tarefas, a nos organizar melhor, a cozinhar mais, a faxinar, a entender as capacidades e limitações de cada um. Tem sido de verdade um aprendizado para minha família. Espero que as outras famílias estejam em paz. Que tudo isso acabe logo! Beijos em todos que não estou conseguindo encontrar, especialmente meus pais. Muita saudade! ❤️ Paula Studart é mãe e psicóloga.