22/08/2025
Aprender música na infância vai muito além do universo artístico — é um verdadeiro exercício para o cérebro.
Um conjunto robusto de estudos com mais de 1.700 crianças, entre 3 e 11 anos, mostrou que aquelas que participaram de programas musicais estruturados apresentaram melhorias significativas em sua capacidade de controlar impulsos, manter o foco e reagir de forma adequada a estímulos — habilidades essenciais para o desenvolvimento saudável.
Quando analisados apenas os estudos mais rigorosos (ensaios clínicos com controle ativo), os resultados foram ainda mais impressionantes, com um impacto de médio a grande porte no que chamamos de “controle inibitório” — uma função executiva crucial para o aprendizado, comportamento e regulação emocional.
Os ganhos foram mais marcantes quando as atividades aconteceram fora do ambiente escolar tradicional, em espaços especializados em ensino musical. E não dependem da idade da criança ou da intensidade semanal: o que parece fazer a diferença é a exposição acumulada, a partir de 5 horas de prática.
Essas evidências reforçam o papel da musicalização como estratégia complementar tanto para educação quanto para intervenção em crianças com dificuldades de autorregulação — como nos casos de TDAH e autismo.
A música, por sua natureza integrada, estimula o cérebro de forma ampla: envolve movimento, emoção, atenção, linguagem e interação social. Um verdadeiro aliado para o desenvolvimento infantil.
neuropediatra