
19/09/2025
O que o caso Bolsonaro tem a ver com medicina regenerativa? Tudo.
Nos últimos dias, veio à tona a informação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi internado com um quadro de pneumonia e anemia importante. Para quem olha superficialmente, parece apenas mais uma internação. Mas, do ponto de vista clínico, esse caso é uma aula sobre como o terreno biológico interfere diretamente na saúde, e principalmente na resposta a qualquer tipo de tratamento.
Bolsonaro levou uma facada em 2018. Desde então, passou por diversas cirurgias abdominais, que deixaram como sequela a formação de aderências intestinais. Essas aderências comprometem a absorção de nutrientes no trato gastrointestinal, levando a uma síndrome absortiva crônica. Ou seja: ele come, mas não absorve adequadamente. Isso, ao longo dos anos, resulta em deficiências nutricionais profundas como de ferro, vitamina B12, folato, proteínas… e compromete a produção adequada de células sanguíneas, explicando a anemia atual.
Além disso, o déficit crônico de nutrientes enfraquece o sistema imune, o que pode justificar a pneumonia recente. A resposta inflamatória torna-se desregulada, e o corpo passa a funcionar em modo de alerta permanente, mas sem as ferramentas adequadas para se proteger. A infecção é o sintoma visível, mas o problema está na base, no terreno biológico comprometido.
Agora imagine que esse paciente precise de um tratamento regenerativo, para dor articular, por exemplo, ou para uma lesão muscular.
Se o organismo está com baixa oxigenação, baixa reserva de micronutrientes, e produção celular disfuncional, qual a chance de sucesso com células do próprio corpo? Mínima. As células estão fracas, os fatores de crescimento estão comprometidos, a matriz extracelular está desorganizada, “É como plantar sementes em um solo infértil: mesmo a melhor semente não germina.” 👇🏽segue