10/08/2021
Cuide da sua saúde auditiva
Cérebro é TRANSFORMAÇÃO.
E ele também se transforma tanto com a falta de estímulos causada pela surdez, quanto com a recuperação da audição através de aparelhos e implantes.
A VIA AUDITIVA segue da nossa orelha ao cérebro, num trajeto complexo, onde tudo deve funcionar para que a audição seja boa. No fim da linha estão as áreas do córtex cerebral, onde a audição é processada. Nessa via a informação sonora navega na forma de impulsos elétricos ainda sem significado. Apenas no cérebro eles passarão a fazer sentido, seja como um choro de criança, uma buzina ou a voz de alguém. Por isso dizemos que quem escuta é o cérebro, e não o ouvido.
A perda de audição causa diminuição ou deformação desses impulsos, fazendo com que o cérebro tenha dificuldade em compreendê-los. E aí a PLASTICIDADE CEREBRAL entra em ação. As áreas que cuidam da audição começam a se atrofiar ou assumem funções diferentes, já que a escuta perde importância. Dependendo do avanço dessas transformações, surge uma cascata de eventos neuropsicológicos, e um risco maior de doenças como o Alzheimer.
Mas a plasticidade é um processo contínuo, e se ela transforma o cérebro pela surdez, é ela também que entra em ação quando reabilitamos a audição. Há inúmeros estudos que demonstram que o uso de aparelhos auditivos e implante cocleares podem diminuir os danos cognitivos em pacientes com perda auditiva.
Esse é um processo lento e gradual, mas contínuo, já que a chegada dos novos impulsos ao cérebro ativa outra cascata de eventos neuroquímicos, com produção de fatores de crescimento neurais e a formação de novas sinapses, REATIVANDO o processo auditivo.
Para que a plasticidade jogue do nosso lado precisamos de 3 coisas:
1. Em caso de perda auditiva, USAR e fazer ajustes dos aparelhos e implantes auditivos nas datas recomendadas.
2. MOTIVAÇÃO e DEDICAÇÃO nos desafios auditivos do dia a dia e nas sessões de fonoaudiologia, quando indicadas.
3. TEMPO e PACIÊNCIA. Sempre é possível melhorar, já que a plasticidade está sempre em ação.
Nosso cérebro quer e precisa OUVIR!
Fonte Dr Luciano Moreira