29/12/2021
Antigamente mulheres tinham filhos e contavam com o suporte de outras mulheres, mais experientes, que passavam seus conhecimentos de como lidar com bebês. Agora, vivemos, talvez pela primeira vez, uma realidade em que uma mulher que nunca teve um bebê nos braços se vê enclausurada completamente sozinha com um recém-nascido aos seus cuidados. É óbvio que o sentimento de desamparo, desespero e medo é muito maior. Criar crianças deixou de ser uma responsabilidade mais ou menos compartilhada (por mulheres) para ser uma atribuição exclusiva da mãe.
Ninguém nasce sabendo nada, e nós mulheres, também não nascemos sabendo como ser mães. Não existe um instinto materno e nem nenhum saber que brota do nada na hora de criar filhos. Nem sempre as mães sabem o que fazem.
É claro que, no cuidar, desenvolvemos tal simbiose com o bebê que às vezes parece que "adivinhamos" o que eles precisam. Mas isso acontece por questões evolutivas, é uma adaptação do organismo do cuidador. E portanto, HOMENS podem aprender a cuidar de bebês tão bem quanto mulheres cuidam. E podem desenvolver, inclusive, o mesmíssimo tipo de vínculo de mães desenvolvem. Basta se dedicarem a essa tarefa na mesma medida.
Precisamos então desmistificar a relação entre mães e bebês se quisermos democratizar o cuidado das crianças. E todos, precisamos aprender, estudar mesmo, como bebês, crianças e adolescentes funcionam, quais suas necessidades, potencialidades e fragilidades. Abandonar a ideia de que mulheres sabem tudo instintivamente é importante para desromantizar a maternidade, desculpabilizar mães, comprometer os pais no processo, colocar cuidadores na busca das melhores orientações sobre como cuidar dos filhos, humanizando as relação entre pais e filhos. Entendendo que pais não são onipotentes, divinos, que sabem tudo. São apenas pessoas aprendendo a cuidar de pessoas que estão em outro estágio de desenvolvimento. Gostou do conteúdo? No site tem muito mais. Vai lá! Link na bio. Quer apoiar? Link nos destaques ou pix: militanciamaterna@gmail.com